São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2004

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Israel contesta jurisdição de corte internacional

DA REDAÇÃO

Israel formalmente contestou ontem a jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça para decidir sobre a legalidade da barreira que o país constrói na Cisjordânia. EUA e Reino Unido divulgaram notas de apoio a Israel.
"Acreditamos que a corte não deveria e não poderia lidar com essa questão política, que precisa ser tratada por meio de negociações diretas entre Israel e os palestinos", disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores.
Em 23 de fevereiro, o Tribunal Internacional de Justiça, corte da ONU sediada em Haia (Holanda), começará a deliberar, a pedido da Assembléia Geral da ONU, sobre a legalidade da barreira, que, segundo os planos israelenses, terá cerca de 750 km.
A barreira, que já foi concluída em cerca de um terço, separa Israel da Cisjordânia, ocupada em 1967. Em alguns locais, penetra em território palestino para proteger assentamentos judaicos.
Segundo os palestinos, a barreira é ilegal porque está sendo construída sobre território ocupado e inviabiliza a formação de um futuro Estado palestino.
Para Israel, ela é fundamental para proteger o país de atentados. Os homens-bomba palestinos partem da Cisjordânia para atacar cidades israelenses.
Anteontem, um policial palestino se explodiu num ônibus em Jerusalém, matando dez pessoas. Ontem, o Exército israelense invadiu Belém, onde vivia o policial, e demoliu a casa de sua família.
A Chancelaria israelense divulgou em seu site um vídeo com imagens feitas imediatamente após o atentado, mostrando corpos mutilados. "Nossa mensagem é simples: se houvesse uma barreira, isso não teria acontecido", disse uma fonte da Chancelaria.
Ontem, Israel criticou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, por divulgar uma nota que não incluía uma condenação expressa ao atentado de Jerusalém.
Na nota, Annan condenou a violência e o terror e pediu a retomada das negociações de paz.


Com agências internacionais

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