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JUSTIÇA
Juppé pega 18 meses de prisão com direito a sursis
Ex-premiê da França, aliado de Chirac, é condenado por corrupção
DA REUTERS
Uma corte francesa condenou
ontem o ex-premiê Alain Juppé,
por corrupção, a 18 meses de prisão com direito a sursis e a dez
anos de inelegibilidade, pondo
fim à sua ambição de ser presidente do país. Juppé havia declarado que, se fosse considerado
culpado, deixaria a política.
O caso diz respeito a empregos
fictícios da RPR (Reunião pela
República), que era o partido de
Juppé e do presidente Jacques
Chirac até 2002, em Paris. Juppé
presidiu a RPR de 1988 a 1993 e foi
responsável pelas finanças de Paris de 1983 a 1995 sob o comando
de Chirac. Este foi prefeito da capital de 1977 a 1995.
O caso dos empregos fictícios da
RPR ocorreu durante o período
em que Juppé, 58, era do gabinete
de Chirac na Prefeitura de Paris.
Quando Chirac assumiu a Presidência, em maio de 1995, Juppé se
tornou premiê, permanecendo
no cargo até 1997, quando o presidente decidiu dissolver a Assembléia Nacional.
Um advogado de Juppé afirmou
que apelaria da sentença depois
que a corte de Nanterre revelou
seu veredicto. A decisão judicial
foi negativa para Chirac. Ele dissera, anteriormente, que, se decidisse não buscar um terceiro mandato em 2007, lutaria para que Juppé
fosse o candidato da UMP (União
por um Movimento Popular) -o
atual partido do presidente.
Enquanto for presidente, Chirac
não poderá ser alvo da Justiça
francesa. Juppé, que foi julgado ao
lado de outras 26 pessoas, estava
na corte quando o veredicto foi lido, mas não quis comentar o caso.
De acordo com Francis Szpiner,
um dos advogados de Juppé, a
corte puniu o ex-premiê porque
queria "removê-lo da vida política
francesa". "Trata-se de uma decisão de uma corte que quer mostrar sua superioridade sobre o
mundo político com base num
caso cujo conteúdo é questionável", declarou Szpiner ao deixar a
corte, em Nanterre.
Com isso, ganha força dentro da
UMP o atual ministro do Interior,
Nicolas Sarkozy, cuja ambição de
se tornar presidente é "clara", segundo analistas. Porém seus recentes problemas com Chirac poderão minar suas chances.
Juppé manterá seu posto de deputado na Assembléia Nacional e
o de prefeito de Bordeaux (sudoeste da França) até que o recurso de sua defesa seja analisado. Na
França, o acúmulo de mandatos
não é proibido.
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