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Saiba quem foi
Mark Twain
da Sucursal de Brasília
Mark Twain (1835-1910),
principal escritor dos EUA
de seu tempo, não escapou
da polêmica causada pela
escravidão, tema que dividiu o país até levá-lo à Guerra Civil, no século 19.
Sua reputação até agora é
vítima da controvérsia a
respeito de suas posições
quanto às relações raciais:
centenas de escolas do país
proíbem a leitura do clássico "Huckleberry Finn" por
considerá-lo racista.
Samuel Langhorne Clemens (nome verdadeiro de
Twain) alistou-se no Exército Confederado, que lutou
pela permanência da escravidão, quando a Guerra Civil começou.
Mas desertou três semanas depois. Nascido em
Missouri, sul do país, região
que mais usava a mão-de-obra escrava, aprendeu que
ajudar um escravo a fugir
era crime e pecado.
Ainda assim, seu maior
personagem, o menino
branco Huckleberry, ajuda
o amigo negro Jim a fugir.
Líderes negros atuais dizem que a atitude de Huck
não exime Twain de culpa
por racismo porque o garoto age movido pelo amor
individual por Jim, não por
princípio político ou moral.
Antes, durante e logo após
a Guerra Civil (1861-1865),
Clemens escreveu para jornais. Começou a ficar conhecido nacionalmente
quando o "New York Saturday Press" publicou uma
série de contos humorísticos, em 1865. Depois, a importante revista semanal
"Harper"s" o contratou.
O prestígio intelectual
veio a partir do livro "As
Aventuras de Tom Sawyer",
de 1876. Sawyer e Finn se
tornaram personagens definitivos da literatura norte-americana e mundial.
Foram compostos a partir
da experiência de moleque
do autor, criado no campo à
beira do rio Mississippi.
Intelectuais negros mais
lúcidos, como Ralph Ellison
(autor de "O Homem Invisível"), nunca acusaram
Twain. Ellison, criado no
sul um século depois, dizia
entender os dramas de
consciência de um branco
sensível e humano naquela
região no século 19 e que
eles foram descritos com
precisão por Twain.
(CELS)
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