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Conheça o processo de impeachment contra Johnson
da Sucursal de Brasília
O impeachment de Andrew
Johnson foi levado muito mais a
sério pelos norte-americanos do
que o de Bill Clinton.
Houve momentos, como mostra
o texto de Mark Twain, em que se
chegou a temer que ele desembocasse em nova guerra civil. O motivo formal para o pedido de impeachment foi a demissão do secretário da Guerra, Edwin Stanton.
O Partido Republicano, de oposição, argumentou que ela contrariava uma lei que proibia o presidente de demitir secretários de Estado sem consultar o Senado.
Mas a razão real do movimento
contra Johnson tinha a ver com a
"reconstrução", como se chamou
o processo de reunificação do país
depois do fim da Guerra Civil.
Johnson, um
alfaiate que só
se alfabetizou
depois de casado e tinha reputação de alcoólatra, foi o
único senador
do Sul do país a
permanecer
leal à União na
guerra.
Por isso, foi
escolhido por
Lincoln como
companheiro
de chapa na
campanha pela
reeleição, em 1864, apesar de pertencer ao partido de oposição ao
presidente (Democrata), que era
republicano.
Ao assumir o poder, com a morte
de Lincoln,
Johnson tomou medidas
consideradas
lenientes pelos
republicanos
no que se referia à reintegração dos Estados do Sul à
União.
O Partido Republicano tinha maioria no
Congresso e
afrontou o presidente várias
vezes. Por
exemplo, ao recusar a posse de vários parlamentares eleitos pelo sul
que haviam sido líderes do Exército Confederado durante a guerra.
Johnson retaliou com sucessivos
vetos a projetos de lei aprovados
pelo Congresso, como o que dava
direito de cidadania aos negros.
O ambiente político entre o presidente e o Congresso se envenenou até chegar ao impeachment.
A Câmara o aprovou em 24 de fevereiro de 1868 por 124 votos a 46.
No Senado, na época com 54 integrantes, eram precisos 36 votos
para retirar Johnson do poder.
Havia 42 republicanos e 12 democratas na Casa. O julgamento
começou em 30 de março de 1868.
A votação final, em 26 de maio,
acabou com 35 senadores a favor
do impeachment.
Quem deu a vitória a Johnson foi
Edmundo Ross, republicano do
Kansas, que era um dos maiores
críticos de Johnson. Ross justificou-se dizendo que não queria "ferir de morte a Presidência".
(CELS)
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