São Paulo, sábado, 31 de março de 2001

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Ex-ditador tirou proveito de vácuo deixado por Tito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Homem pragmático, ora comunista, ora nacionalista, conforme as exigências do contexto político que enfrentou em seus mais de dez anos de governo, Slobodan Milosevic deu-se ao luxo de convocar eleições no ano passado contra um candidato da oposição com sérias chances de vencer.
Milosevic teve de dar o braço a torcer e assumir que o nacionalista moderado Vojislav Kostunica obteve uma votação superior à sua, mas recusou conceder-lhe a vitória no primeiro turno.
Milosevic, acusado pelo Tribunal Internacional de Haia de ser responsável por uma "limpeza étnica" em Kosovo, mudou a Constituição em julho para convocar uma eleição na qual pudesse ser reeleito e evitar qualquer possibilidade de prisão ou de extradição.
Mestre em manobras políticas, ele fez a mudança constitucional sob protestos da República de Montenegro, que forma a Iugoslávia com a República da Sérvia.
O tiro saiu pela culatra, e Kostunica ganhou o pleito.
Ex-funcionário comunista e dirigente da companhia estatal de gás, Milosevic, 59, abriu seu caminho para o topo do poder da política iugoslava no vácuo político deixado pela morte do líder iugoslavo Josip Tito, herói da resistência aos nazistas na Segunda Guerra (1939-45), que governou o país de 1945 a 1980.


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