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Ex-ditador tirou
proveito de vácuo
deixado por Tito
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Homem pragmático, ora
comunista, ora nacionalista,
conforme as exigências do
contexto político que enfrentou em seus mais de dez
anos de governo, Slobodan
Milosevic deu-se ao luxo de
convocar eleições no ano
passado contra um candidato da oposição com sérias
chances de vencer.
Milosevic teve de dar o
braço a torcer e assumir que
o nacionalista moderado
Vojislav Kostunica obteve
uma votação superior à sua,
mas recusou conceder-lhe a
vitória no primeiro turno.
Milosevic, acusado pelo
Tribunal Internacional de
Haia de ser responsável por
uma "limpeza étnica" em
Kosovo, mudou a Constituição em julho para convocar
uma eleição na qual pudesse
ser reeleito e evitar qualquer
possibilidade de prisão ou
de extradição.
Mestre em manobras políticas, ele fez a mudança
constitucional sob protestos
da República de Montenegro, que forma a Iugoslávia
com a República da Sérvia.
O tiro saiu pela culatra, e
Kostunica ganhou o pleito.
Ex-funcionário comunista
e dirigente da companhia estatal de gás, Milosevic, 59,
abriu seu caminho para o topo do poder da política iugoslava no vácuo político
deixado pela morte do líder
iugoslavo Josip Tito, herói
da resistência aos nazistas na
Segunda Guerra (1939-45),
que governou o país de 1945
a 1980.
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