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MEMÓRIA
Elizabeth, a integrante da família real mais querida dos súditos do Reino Unido, morreu enquanto dormia
Rainha-mãe britânica morre aos 101 anos
DA REDAÇÃO
A rainha-mãe Elizabeth, 101, do
Reino Unido, morreu ontem enquanto dormia, de acordo com
um comunicado oficial. Mãe da
rainha Elizabeth 2ª, Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon foi
rainha consorte do rei George 6º
de 1937 a 1952, ano em que o rei
morreu e a coroa passou para a filha mais velha do casal.
Sua morte aconteceu pouco menos de dois meses depois da de
sua filha mais nova, a princesa
Margaret, 71.
"A rainha Elizabeth, a rainha-mãe, vinha se tornando cada vez
mais fraca nas últimas semanas
por causa da infecção respiratória
que teve no Natal", disse um porta-voz da família real britânica.
"Seu estado de saúde piorou hoje [ontem" de manhã, e seus médicos foram chamados. A rainha-mãe morreu em paz enquanto
dormia, às 15h15", declarou.
Ela continuava tão popular
quanto era durante a Segunda
Guerra. Para os mais jovens, ela
era conhecida como a mãe da rainha Elizabeth 2ª e como a avó do
príncipe Charles. Os que foram
jovens durante o confronto mundial (1939-45), quando bombas
alemãs explodiam em Londres e
boa parte da população já esperava a invasão alemã, lembram-se
dela como a rainha que permaneceu no país, em vez de fugir para o
Canadá, que resistiu aos ataques
alemães e que visitou casas e abrigos destruídos.
Como rainha consorte de George 6º, esperava-se que ela se aposentasse após a morte dele, em
1952. Todavia, depois que sua filha foi coroada, ela recebeu um
novo título, o de rainha Elizabeth,
a rainha-mãe, e retomou suas tarefas como parte da realeza. Ela
continuou ativa até o início da década passada.
Durante duas gerações de transformações sociais e tragédias, em
que Edward 8º abdicou para se casar com uma plebéia, a norte-americana divorciada Wallis
Simpson (1936), em que houve a
coroação de George 6º e a devastação da Segunda Guerra, a rainha-mãe surgiu como o maior
símbolo da monarquia britânica.
Ela havia se casado com o príncipe Albert, duque de York, segundo filho do rei George 5º. Tiveram duas filhas e viveram tranquilamente até 1936. Houve, então, a abdicação de Edward 8º, e
Albert teve de assumir o trono. Ao
se tornar rei, Albert decidiu adotar o nome de George 6º.
"Se o Reino Unido tivesse vivido
uma revolução nos últimos 80
anos, a rainha-mãe certamente teria sido poupada pelos revolucionários. Diferentemente do que
ocorre com alguns de seus familiares, ela nunca deu a impressão
de dar um passo em falso", afirmou o parlamentar William Hamilton, que sempre foi um veemente opositor da monarquia.
Apesar das palavras amáveis até
dos críticos ao sistema monárquico, os gastos dos Windsors foram
alvo de discussões no Parlamento
nos últimos anos, e a rainha-mãe
tinha acumulado dívidas de milhões de libras. Os jornais sensacionalistas britânicos também exploravam muito o gosto da rainha-mãe pelo gim.
O premiê britânico, Tony Blair,
disse que a rainha-mãe era um
"símbolo de decência e coragem"
para o país. Nos EUA, a Casa
Branca, em nota oficial afirmou
que o presidente George W. Bush
estava "profundamente triste".
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ontem condolências, em seu nome e no da
população brasileira.
O Consulado do Reino Unido
em São Paulo vai deixar um livro
de condolências para ser assinado
pelo público de terça a sexta-feira,
das 10h às 16h. O endereço é rua
Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros.
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