São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006

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"EIXO DO MAL"

Conselho de Segurança exige fim de plano de enriquecimento de urânio

Irã não aceita determinação da ONU

DA REDAÇÃO

O governo iraniano se negou a acatar as exigências do Conselho de Segurança da ONU, que anteontem deu um prazo de 30 dias para que o país suspenda qualquer atividade de enriquecimento de urânio.
"A decisão sobre o enriquecimento de urânio é irreversível", afirmou o embaixador iraniano junto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Aliasghar Soltanieh. Antes, o embaixador do país na ONU, Javad Zariff, já havia afirmado: "Jamais comprometeremos nem cederemos nosso direito inato".
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse que o Irã tem de escolher entre "retornar à mesa de negociações ou se auto-infligir um isolamento internacional".
Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU exigiu que o governo iraniano adotasse as medidas exigidas pelo conselho da AIEA, de suspender o enriquecimento do urânio, incluídos os setores de pesquisa e desenvolvimento. O maior temor dos EUA e de seus aliados é que o país consiga produzir a bomba atômica.
Em setembro, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, disse na Assembléia Geral da ONU que o país tinha o direito "inalienável" de controlar todas as etapas da energia nuclear. A Rússia tentou convencer o Irã a fazer o enriquecimento do urânio em uma usina em solo russo. O Irã não aceitou ter de realizar o processo fora de seu território.
Como demonstração de força militar -e que o país não está intimidado por possíveis sanções ou embargos-, mais de 17 mil homens da Guarda Revolucionária, força de elite do país, farão manobras militares em 500 embarcações no golfo Pérsico e no mar Arábico neste fim de semana.
O míssil Shahab-2, com alcance previsto de 700 quilômetros, será testado. "Desejamos que as manobras melhorem nossas condições para responder a qualquer ameaça contra o Irã", disse o general Morteza Saffari, comandante da Guarda Revolucionária.
Há uma semana, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou estar convencida de que haverá negociações diretas entre o Irã e os EUA para discutir os planos de estabilização do Iraque. Os dois países romperam relações diplomáticas em 1980, logo após o início da Revolução Islâmica, de 1979, que colocou os aiatolás no poder.


Com agências internacionais

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