São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

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FBI poderá espionar internet e grupos políticos

DA REDAÇÃO

O secretário da Justiça dos EUA, John Ashcroft, dará ao FBI (polícia federal americana) mais poder para monitorar sites da internet, bibliotecas, igrejas e organizações políticas. Para Ashcroft, as restrições à espionagem doméstica são "uma vantagem competitiva para os terroristas".
O secretário da Justiça foi além e disse as restrições burocráticas atrasam os trabalhos dos agentes do FBI. Pelas diretrizes atuais, disse, os agentes "não podem navegar na internet da mesma maneira que todos podemos nem simplesmente ir a eventos públicos para observar as pessoas".
As novas diretrizes vão dar mais liberdade aos agentes para investigar o terrorismo, mesmo quando não estiverem trabalhando num caso particular.
O presidente dos EUA, George W. Bush, deu as boas-vindas a essas novas diretivas: "O FBI precisava mudar. Era uma organização cheia de gente boa, gente que ama os EUA, mas a sua estrutura não estava sintonizada com os novos tempos que chegam".
Para o diretor-geral do FBI, Robert Mueller, as mudanças serão de "excepcional utilidade". "As reformas que estamos implementando aumentarão nossa capacidade de prevenir futuros ataques terroristas", disse.
Apesar do clima de otimismo das autoridades, as mudanças no FBI, anunciadas desde anteontem, foram muito criticadas por organizações de defesa dos direitos civis. Elas temem que os novos poderes possam retirar proteções e renovar abusos do passado.
Pelas regras em vigor, os agentes só podem fazer pesquisas na internet ou monitorar bibliotecas se a informação buscada estiver ligada a uma investigação em curso ou a uma checagem de pistas. As novas regras retiram esses obstáculos. Apesar da gravidade das mudanças, elas não precisam ser aprovadas pelo Congresso.
A liberdade de ação dos agentes também aumentará. Não será necessário que eles esperem autorização do quartel-general do FBI para começar suas investigações.
Bush disse que essas medidas não prejudicarão as liberdades constitucionais. "Pretendemos honrar a Constituição e respeitar as liberdades que tanto prezamos, mas queremos ter certeza de que estamos fazendo tudo o que é possível para evitar ataques. Queremos proteger os EUA", disse.

Mísseis
O FBI emitiu um alerta dizendo que a Al Qaeda pode ter mísseis antiaéreos portáteis, mas disse também que não há evidências de que a rede terrorista vá usá-los contra aeronaves americanas.



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