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IRAQUE OCUPADO
Presidente se diz responsável pelo que diz, admitindo implicitamente culpa por ter usado informação sobre Níger
Bush assume responsabilidade por dado falso
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, admitiu ser responsável
pelo uso de uma informação falsa
a respeito do Iraque em seu discurso sobre o Estado da União
deste ano. O mea-culpa vem no
momento em que sua candidatura à reeleição dá o primeiro sinal
de vulnerabilidade.
Pesquisa do Gallup divulgada
ontem pelo jornal "USA Today"
em parceria com a CNN conduzida entre 25 e 17 de julho -o número de entrevistados não foi revelado- mostra que, embora os
americanos dispostos a reeleger
Bush ainda superem aqueles que
pretendem votar no Partido Democrata, eles não chegam à metade dos entrevistados. Enquanto
47% optariam por Bush em 2004,
41% votariam em um democrata,
quem quer que ele seja. Há nove
pré-candidatos democratas.
Mas a aprovação do presidente
segue alta, embora mais baixa do
que na Guerra do Iraque. Na nova
pesquisa, 58% disseram aprovar o
governo Bush. Em estudo divulgado pela CNN e pela revista "Time" no último dia 20, a taxa era de
55%, comparada a uma aprovação de 63% em maio.
Caso Níger
Na pesquisa anterior da CNN,
51% dos entrevistados disseram
não confiar em Bush. Aquele estudo foi feito após agências do governo admitirem serem falsas as
provas de que o Iraque teria tentado comprar urânio no Níger -
acusação feita por Bush durante
discurso em janeiro. Só agora
Bush se pronunciou especificamente sobre o caso.
Em entrevista coletiva na Casa
Branca -a primeira que concedeu sozinho desde março, mês da
invasão do Iraque- o presidente
disse assumir a responsabilidade
pelo discurso.
"Eu assumo pessoalmente a responsabilidade por tudo o que digo... Eu analisei um conjunto
bom, sólido e notório de informações, que me levou a concluir que
era necessário tirar [o ex-ditador
iraquiano] Saddam Hussein do
poder", declarou. A resposta foi
dada a um jornalista que perguntara por que sua conselheira de
segurança, Condoleezza Rice, não
fora considerada responsável pela
informação que a própria Casa
Branca admitiu estar errada e se
Bush assumiria a responsabilidade pela declaração "imprecisa".
A CIA e o Departamento de Estado haviam dito que a frase -"o
governo britânico foi informado
de que Saddam Hussein tentou,
recentemente, adquirir quantidades significativas de urânio na
África"- era imprecisa. Mesmo
assim, Bush a usou no discurso.
Poucos meses depois, a AIEA
(agência nuclear da ONU) concluiu que o documento usado como base da informação era falso.
O que se seguiu foi um debate
sobre a motivação da Guerra do
Iraque, já que a existência do suposto programa de armas de destruição em massa -maior justificativa para a invasão- não foi
provada. O diretor da CIA, George Tenet, assumira a culpa por
não evitar a inclusão do trecho.
Bush manteve o silêncio e só
veio a público quando as críticas
recaíram sobre Rice, a quem definiu como "uma pessoa honesta".
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