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Blair diz que precisa reconquistar
britânicos e ressalta política interna
DA REDAÇÃO
O premiê britânico, Tony Blair,
que atravessa a pior crise política
de seu governo, admitiu ontem
que precisará reconquistar a confiança da população, abalada por
questões relativas à Guerra do Iraque. "Admito que existe um problema que teremos de enfrentar."
Pesquisas de opinião mostram
que a confiança do público em
Blair caiu após a ação militar contra o regime de Saddam Hussein e
o aparente suicídio do cientista
David Kelly, assessor do Ministério da Defesa. Kelly foi fonte da rede BBC em reportagem que acusou o governo de exagerar a
ameaça representada pelas supostas armas de destruição em massa
iraquianas para convencer a população a apoiar a guerra.
Ele apareceu morto, com um
dos pulsos cortados, e existe a suspeita de que teria sido pressionado por membros do governo.
Blair negou-se a comentar o caso
enquanto um inquérito independente, com início previsto para
amanhã, não apresentar suas
conclusões.
O premiê também enfrenta problemas porque as forças anglo-americanas não localizaram armas de destruição em massa no
Iraque, a principal razão apresentada por Blair para ir à guerra.
Ele defendeu, no entanto, a ação
militar: "As pessoas precisam saber que o que fizemos no Iraque
foi certo e justificado."
No sábado, Blair, 50, se tornará
o premiê trabalhista a ocupar o
cargo por mais tempo ininterruptamente no país. Ele foi eleito em
1997, reeleito em 2001 e poderá se
candidatar novamente na eleição
prevista para 2006.
Mas a efeméride coincidirá com
um momento em que membros
do próprio Partido Trabalhista
pedem sua renúncia.
Ao dar entrevista ontem, pouco
antes de partir em férias para Barbados (Caribe), Blair disse que os
britânicos julgarão seu governo
com base em questões domésticas
e não em temas externos.
"De maneira geral, acredito que
fizemos aquilo para o que fomos
eleitos: manter a economia estável, levar as pessoas de volta ao
trabalho, investir nos serviços públicos e, dessa maneira, criar um
país mais moderno, mais forte e
mais justo", disse ele.
Ao ser questionado se pretende
disputar um terceiro mandato,
respondeu: "Ainda há um trabalho grande a ser feito e meu apetite não diminuiu".
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