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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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Blair diz que precisa reconquistar britânicos e ressalta política interna

DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Tony Blair, que atravessa a pior crise política de seu governo, admitiu ontem que precisará reconquistar a confiança da população, abalada por questões relativas à Guerra do Iraque. "Admito que existe um problema que teremos de enfrentar."
Pesquisas de opinião mostram que a confiança do público em Blair caiu após a ação militar contra o regime de Saddam Hussein e o aparente suicídio do cientista David Kelly, assessor do Ministério da Defesa. Kelly foi fonte da rede BBC em reportagem que acusou o governo de exagerar a ameaça representada pelas supostas armas de destruição em massa iraquianas para convencer a população a apoiar a guerra.
Ele apareceu morto, com um dos pulsos cortados, e existe a suspeita de que teria sido pressionado por membros do governo. Blair negou-se a comentar o caso enquanto um inquérito independente, com início previsto para amanhã, não apresentar suas conclusões.
O premiê também enfrenta problemas porque as forças anglo-americanas não localizaram armas de destruição em massa no Iraque, a principal razão apresentada por Blair para ir à guerra.
Ele defendeu, no entanto, a ação militar: "As pessoas precisam saber que o que fizemos no Iraque foi certo e justificado."
No sábado, Blair, 50, se tornará o premiê trabalhista a ocupar o cargo por mais tempo ininterruptamente no país. Ele foi eleito em 1997, reeleito em 2001 e poderá se candidatar novamente na eleição prevista para 2006.
Mas a efeméride coincidirá com um momento em que membros do próprio Partido Trabalhista pedem sua renúncia.
Ao dar entrevista ontem, pouco antes de partir em férias para Barbados (Caribe), Blair disse que os britânicos julgarão seu governo com base em questões domésticas e não em temas externos.
"De maneira geral, acredito que fizemos aquilo para o que fomos eleitos: manter a economia estável, levar as pessoas de volta ao trabalho, investir nos serviços públicos e, dessa maneira, criar um país mais moderno, mais forte e mais justo", disse ele.
Ao ser questionado se pretende disputar um terceiro mandato, respondeu: "Ainda há um trabalho grande a ser feito e meu apetite não diminuiu".


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