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UNICEF
1,2 milhão de crianças são traficadas
DA REDAÇÃO
Cerca de 1,2 milhão de crianças
são traficadas por ano no mundo,
como parte de um negócio de tráfico humano que rende até US$ 10
bilhões, segundo estudo divulgado ontem pelo Unicef (Fundo das
Nações Unidas para a Infância).
"É um verdadeiro problema
global, que atinge todos os países", afirma o relatório, cujo título
é "Fim da Exploração Infantil:
Acabe com o Tráfico".
A divulgação do documento, no
Reino Unido, ocorre num momento no qual o Parlamento do
país discute um projeto de lei que
endurece o combate aos abusos
sexuais. Anteontem, foram presos pela polícia britânica 21 pessoas acusadas de participar de um
ritual de assassinato de uma
criança nigeriana. Esta teria sido
trazida pelo tráfico.
O relatório aponta que a Europa
é o principal mercado para o comércio de crianças, com o oeste
da África e o Leste Europeu como
principais fornecedores.
O continente europeu é abastecido a cada ano por 500 mil mulheres e meninas traficadas de todos os lugares do mundo, sobretudo de ex-repúblicas soviéticas.
O preço de uma mulher no início de uma das rotas do tráfico, na
Romênia, começa em US$ 49
(cerca de R$ 145).
Quanto à África, a estimativa é
que 200 mil crianças são traficadas a cada ano no oeste africano,
tanto para serem vendidas como
escravas no continente quanto
para o comércio com a Europa.
Cerca de 90% do tráfico de trabalho na regiões oeste e central da
África é formado por meninas.
O Sudeste Asiático concentra
um terço do tráfico doméstico e
internacional de mulheres e
crianças. São 230 mil por ano.
Cerca de 30% dos que se prostituem na região têm menos de 18
anos. Na Tailândia, houve um
crescimento de 20% na prostituição infantil nos últimos três anos.
No Vietnã, 15% das meninas traficadas são menores de 15 anos.
No caso da China, o país de
maior população no mundo, o estudo do Unicef estima em 250 mil
as mulheres e crianças traficadas.
Na América, o tráfico sexual
abrange pelo menos 100 mil mulheres e crianças por ano.
O relatório se dedica pouco ao
Brasil. Em apenas um parágrafo,
afirma que mulheres e crianças
são traficadas no país para trabalhar em regiões de mineração na
Amazônia. Também aponta que
mulheres são trazidas da Bolívia
para engrossar a mão de obra na
agricultura brasileira.
Os dados computados pelo estudo não se limitam ao comércio
de pessoas do sexo feminino.
Um exemplo: milhares de meninos, em alguns casos com só
cinco anos, são traficados de Bangladesh, da Índia e do Paquistão
para os Emirados Árabes Unidos
a cada ano -para serem empregados em corridas de camelo.
Com agências internacionais
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