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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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UNICEF

1,2 milhão de crianças são traficadas

DA REDAÇÃO

Cerca de 1,2 milhão de crianças são traficadas por ano no mundo, como parte de um negócio de tráfico humano que rende até US$ 10 bilhões, segundo estudo divulgado ontem pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
"É um verdadeiro problema global, que atinge todos os países", afirma o relatório, cujo título é "Fim da Exploração Infantil: Acabe com o Tráfico".
A divulgação do documento, no Reino Unido, ocorre num momento no qual o Parlamento do país discute um projeto de lei que endurece o combate aos abusos sexuais. Anteontem, foram presos pela polícia britânica 21 pessoas acusadas de participar de um ritual de assassinato de uma criança nigeriana. Esta teria sido trazida pelo tráfico.
O relatório aponta que a Europa é o principal mercado para o comércio de crianças, com o oeste da África e o Leste Europeu como principais fornecedores.
O continente europeu é abastecido a cada ano por 500 mil mulheres e meninas traficadas de todos os lugares do mundo, sobretudo de ex-repúblicas soviéticas.
O preço de uma mulher no início de uma das rotas do tráfico, na Romênia, começa em US$ 49 (cerca de R$ 145).
Quanto à África, a estimativa é que 200 mil crianças são traficadas a cada ano no oeste africano, tanto para serem vendidas como escravas no continente quanto para o comércio com a Europa.
Cerca de 90% do tráfico de trabalho na regiões oeste e central da África é formado por meninas.
O Sudeste Asiático concentra um terço do tráfico doméstico e internacional de mulheres e crianças. São 230 mil por ano. Cerca de 30% dos que se prostituem na região têm menos de 18 anos. Na Tailândia, houve um crescimento de 20% na prostituição infantil nos últimos três anos. No Vietnã, 15% das meninas traficadas são menores de 15 anos.
No caso da China, o país de maior população no mundo, o estudo do Unicef estima em 250 mil as mulheres e crianças traficadas.
Na América, o tráfico sexual abrange pelo menos 100 mil mulheres e crianças por ano.
O relatório se dedica pouco ao Brasil. Em apenas um parágrafo, afirma que mulheres e crianças são traficadas no país para trabalhar em regiões de mineração na Amazônia. Também aponta que mulheres são trazidas da Bolívia para engrossar a mão de obra na agricultura brasileira.
Os dados computados pelo estudo não se limitam ao comércio de pessoas do sexo feminino.
Um exemplo: milhares de meninos, em alguns casos com só cinco anos, são traficados de Bangladesh, da Índia e do Paquistão para os Emirados Árabes Unidos a cada ano -para serem empregados em corridas de camelo.


Com agências internacionais

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