São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Tortura entre palestinos cresce e é mais grave sob Fatah, diz ONG

DA REDAÇÃO

As violações humanitárias recrudesceram nos territórios palestinos nos últimos 12 meses, afirma relatório divulgado ontem pela Human Rights Watch. Cingidas pela disputa entre o Fatah, grupo secular do presidente Mahmoud Abbas, e o rival Hamas, a Cisjordânia e a faixa de Gaza vivem uma deterioração do Estado de direito, com prisões arbitrárias, espancamentos de opositores e abusos contra os detidos.
O documento, de 113 páginas, relata violações dos dois rivais palestinos e conclama os doadores internacionais a condicionarem o auxílio ao governo do Fatah à melhoria da situação humanitária. Os casos de tortura nas prisões, indica o relatório, foram mais freqüentes na área controlada pelo Fatah -único interlocutor considerado legítimo pela Europa e os Estados Unidos- do que na faixa de Gaza, tomada em junho de 2007 pelo grupo radical islâmico Hamas.
A organização diz haver uma aliança entre as forças de segurança da Cisjordânia e milícias como as brigadas Al Aqsa, ligadas ao Fatah, responsável por seqüestros de rivais e atentados. A Human Rights Watch destaca ainda o grande número de prisões arbitrárias. Centenas de militantes e simpatizantes do Hamas foram presos sem mandado judicial na Cisjordânia e muitos foram espancados e torturados, segundo o relatório. O imã Majid al Barghuti morreu sob custódia.
Algozes na Cisjordânia, os militantes do Fatah são perseguidos na faixa de Gaza, controlada desde junho de 2007 pelo Hamas. Centenas foram mortos quando expulsos pela facção rival e há indícios de pelo menos uma execução extrajudicial recente, em abril.
Em novembro, policiais atiraram contra a multidão desarmada que participava da homenagem do Fatah a Iasser Arafat. Sete pessoas morreram. O governo do Hamas diz ter punido 38 policiais, não-identificados, pelo massacre. O relatório cita a informação de que mais de mil funcionários públicos teriam sido punidos por acusações relacionadas a abusos humanitários, mas não a endossa.


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