São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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LEI

Grupo não queria lutar nos territórios

Corte israelense nega objeção de reservistas

DA REUTERS

A Suprema Corte de Israel rejeitou ontem a apelação de reservistas israelenses que se recusavam a servir nos territórios ocupados, no mesmo dia em que as tropas do país mataram um terrorista do Hamas e dois outros palestinos.
Os oito soldados que haviam ingressado com o pedido alegaram "objeção de consciência" para se negar a atuar na Cisjordânia e na faixa de Gaza, onde vivem 3,5 milhões de palestinos. Mas os juízes disseram que não podiam apoiar a idéia de uma "objeção de consciência seletiva", declarando que tal política ameaçaria a unidade israelense.
O Exército, por seu lado, afirmou que o processo ameaçaria a segurança do Estado israelense, em meio ao sangrento conflito com os palestinos.
Ontem, em Gaza, tropas mataram um integrante do Hamas que abriu fogo contra os soldados quando tentava entrar em Israel, segundo fontes dos dois lados.
Na Cisjordânia, testemunhas palestinas afirmam que soldados mataram um palestino de 20 anos, durante confronto em Nablus, e um professor de 37 anos, cujo carro batera num jipe do Exército em Jenin.

Ocupação ilegal
Os reservistas encaram a ocupação israelense como ilegal. "Hoje, a objeção é em relação ao serviço na Judéia e na Samaria", afirmou o tribunal, referindo-se aos nomes bíblicos da Cisjordânia. "Amanhã, a objeção será contra a retirada de vários assentamentos [judaicos" na área", disse a corte, citando os 145 encraves defendidos pelos militantes de direita, base de apoio do primeiro-ministro Ariel Sharon.
Um porta-voz do Ministério da Justiça declarou que o Exército de Israel, diferentemente do que ocorre na maior parte dos países ocidentais, não tem uma cláusula de objeção de consciência.
Como resultado da sentença, um dos soldados retornará à prisão militar, onde deve cumprir pena de três semanas.



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