São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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ÁFRICA

Arap Moi deixa poder após 24 anos; Mwai Kibaki promete combater corrupção

Novo presidente assume no Quênia

Karel Prinsloo/Associated Press
O novo presidente queniano, Mwai Kibaki (dir.), fala com o ex, Arap Moi, na posse, em Nairóbi


DA REDAÇÃO

Centenas de milhares de quenianos festejaram ontem a posse de Mwai Kibaki, 71, o oposicionista que venceu as eleições de sexta-feira com cerca de 70% dos votos e pôs fim a 24 anos de governo de Daniel arap Moi.
A posse de Kibaki também encerrou 39 anos de hegemonia política da União Nacional Africana do Quênia (Kanu), partido pelo qual se elegeram os dois únicos presidentes desde a independência do país, em 1963: Jomo Kenyatta, morto em 1978, e Arap Moi.
"É como se fosse a segunda independência do Quênia", disse o operário Jared Othiambo. Segundo a polícia, cerca de 1 milhão de pessoas compareceram à posse num parque de Nairóbi. Kibaki assumiu numa cadeira de rodas, devido a um acidente de carro.
Arap Moi, 78 -um dos "grandes homens" da África, devido à sua atuação na luta pela independência, mas desgastado por denúncias de corrupção-, ficou ao lado do novo presidente. Kibaki disse que não fará uma "caça às bruxas", mas prometeu denunciar irregularidades: "Seria injusto não levantar questões sobre ações do passado que continuam a ter graves consequências".
É a terceira vez que Kibaki disputa a Presidência. Em 1992 e 1997 perdeu para Arap Moi, em eleições prejudicadas pela violência e por denúncias de fraude.
Desta vez, a Constituição proibiu que Arap Moi se recandidatasse, e seu escolhido, Uhuru Kenyatta, 41, filho do primeiro presidente pós-independência, perdeu. O Quênia, com 30 milhões de habitantes, tem a maior economia do leste da África, embora enfrente prolongada crise econômica.



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