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Indonésia descobre mais 28 mil cadáveres
DA REDAÇÃO
País do Índico mais afetado, por
estar mais próximo do epicentro
do terremoto de domingo, a Indonésia foi ontem a principal responsável pelo dramático aumento do número de mortos, com a
contagem de novos 27.940 cadáveres em localidades remotas a
noroeste da ilha de Sumatra.
A descoberta foi anunciada pelo
Ministério da Saúde, cujos técnicos disseram que a contagem estava ainda bastante incompleta.
Socorristas e funcionários conseguiram ontem chegar por mar a
Meulaboh, que permanecia isolada. Cerca de 10 mil cadáveres foram localizados naquela cidade.
Funcionários das Nações Unidas calculam que foi destruída
60% da cidade de Banda Aceh, a
capital provincial de Sumatra.
Autoridades locais estimam que
ruíram 85% das casas numa faixa
costeira de 250 quilômetros.
O governo, segundo a BBC,
anunciou ontem ter alimentos e
medicamentos em quantidade
suficiente, mas alertou para as dificuldades de fazer com que os
carregamentos cheguem até as
populações flageladas.
Dois helicópteros atiraram víveres e remédios em vilarejos em
que não conseguiram pousar. As
áreas permaneciam inundadas
pelas ondas gigantes de domingo,
disse Budi Aditutro, que chefia a
equipe de socorristas do governo.
Seriam necessárias dezenas de
outros helicópteros. "Sem eles
não conseguimos dar conta da
operação", disse Mulya Hasmi,
do Ministério da Saúde. Segundo
ele, parte do pessoal dos hospitais
está ferida ou se ausentou do trabalho para enterrar familiares.
A interrupção do sistema de
transportes provoca falta de combustível. Até ambulâncias são forçadas ao racionamento. "Tudo
entrou em colapso", desabafou o
general Achmad Hiayat, chefe dos
serviços médicos da Aeronáutica.
Técnicos da área de saúde alertaram para os riscos de contaminação da água potável.
Caminhões de cadáveres
Uma quantidade incontável de
corpos, sobretudo de crianças pequenas, continuava nas calçadas
de ruas ou flutuavam nos rios nas
imediações de Aceh, apodrecendo sob o sol forte do verão.
O Exército recrutou uma quantidade não revelada de jovens para cuidarem do sepultamento, da
localização de corpos sob os escombros e para limpar a cidade.
Ahmad Yani Basuki, porta-voz
militar, disse que 620 cadáveres
haviam sido ontem sepultados,
mas que centenas de outros continuavam sob os escombros.
Valas comuns estavam sendo
abertas por tratores. Um correspondente da BBC presenciou a
chegada a uma delas de dez caminhões carregados de cadáveres.
O presidente Susilo Bambang
Yudhoyono chefiou reunião extraordinária com assessores. Ele
exortou seus compatriotas a "rezarem" e disse que aguardava a
chegada de ajuda internacional.
Dezenas de médicos passaram a
reforçar as equipes de emergência
nos hospitais de Banda Aceh. Não
conseguiram transportar material médico, que ficou retido por
falta de combustível num aeroporto das proximidades.
A Indonésia suspendeu na segunda-feira a proibição para que
organizações humanitárias e jornalistas chegassem a Aceh. A
proibição se deu em razão da luta
separatista, na qual os rebeldes tinham na cidade importante base
operacional clandestina.
Com agências internacionais
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