São Paulo, sexta-feira, 31 de dezembro de 2004

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Alerta sobre novo tsunami provoca pânico

DA REDAÇÃO

Alerta lançado pelo Ministério do Interior indiano sobre a chegada de um novo tsunami ontem pela manhã causou pânico nas costas da Índia e do Sri Lanka. Horas depois, porém, as autoridades desmentiram o aviso.
O alerta foi feito após o Departamento Meteorológico indiano ter identificado dois terremotos de 5.2 pontos na escala Richter, em Nicobar, na costa leste do país, aumentando o nível das águas.
Um terremoto submarino de 5.7 pontos na escala Richter foi detectado ainda no nordeste de Sumatra, na Indonésia, pelo observatório de Hong Kong. Mianmar e Tailândia também registraram tremores.
A reação oficial evidencia a sensibilidade do governo indiano às críticas de que deveriam ter alertado as populações costeiras sobre a chegada do tsunami, que em alguns casos levou de duas a três horas, após o terremoto, para aparecer. Segundo o alerta de ontem, o tsunami atingiria a costa dentro de uma hora.
Na Índia, centenas de residentes de áreas costeiras deixaram suas casas após receber o alerta. "Subimos no caminhão e partimos, sem saber para onde ir. Levamos apenas algumas roupas e deixamos todos nossos pertences para trás", disse Gandhimathi, de um vilarejo no Estado de Tamil Nadu a um quilômetro da praia.
No Sri Lanka, autoridades recomendaram à população que ficasse vigilante, mas não entrasse em pânico, enquanto residentes da costa subiam nos telhados ou fugiam para o interior. "A confusão é total", disse Rohan Bandara, de Tangalle.
Sirenes de alerta de tsunamis soaram no sul da Tailândia, mas poucos reagiram.
"[Novos abalos] Provavelmente terão impacto pequeno", disse Jason Ali, da Universidade de Hong Kong.
O ministro de Ciência e Tecnologia da Índia, Kapil Sibal, culpou o grupo de pesquisa Terra Research, dos EUA, por enviar informações incorretas sobre terremotos na região.
"Eles afirmaram ter sensores e equipamentos segundo os quais havia a possibilidade de um terremoto. Com base nessa informação, qualquer conclusão de que um tsunami poderia atingir a costa leste da Índia não é científica e deve ser descartada", disse.

Vulcão
Dois dias após o maremoto, o último vulcão ativo na Índia, no arquipélago de Adaman, entrou em erupção na terça-feira, informou ontem o governo indiano.
As pessoas que moravam dentro de um raio de 500 metros do vulcão, na ilha de Barren, tiveram de abandonar suas casas. Segundo a polícia local, a erupção não deixou vítimas.


Com agências internacionais e "The New York Times"


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