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Inovação ajuda a conquistar cliente

Serviço personalizado e embalagens sofisticadas são formas de escapar da guerra de preços

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado passa por modismos, muda, amadurece. É o que o consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Gustavo Carrer gosta de lembrar aos empreendedores que se veem diante de uma crise como a dos floristas.

Em momentos de mudança, acontece uma seleção natural, diz. Estar pronto para a recuperação significa estar aberto para inovar ou, ao menos, atualizar o negócio.

Para o ramo de floriculturas, o recomendado é sofisticar o tradicional arranjo de flores com celofane e papel de seda colorido, um clássico de baixo custo.

A embalagem simples, que em boa parte das lojas é preparada sem elaboração cuidadosa ou técnica artística, colabora para o desgaste da imagem da categoria.

A ideia é focar não a flor, mas o presente ou o objeto de decoração que ela compõe. Nesse caso, pode ser necessário romper o preconceito dos lojistas em trabalhar até com plantas artificiais, sinaliza o especialista.

Um dos caminhos da floricultura Pompeia, na zona oeste de São Paulo, é oferecer flores de alta qualidade para se diferenciar.

Os clientes aprovam. "O material apresentado é bem superior [ao do supermercado] e o atendimento é melhor e mais rápido", destaca o advogado Bento Cunha, 78, cliente do estabelecimento.

BATALHA

Somente oferecendo serviço personalizado é que os empreendedores conseguem fugir da guerra de preços com supermercados-armadilha que pode, no limite, provocar a falência do negócio.

"Quase todo cliente já chega falando do preço do supermercado. A gente explica que a qualidade do produto é diferente, mas não adianta", conta José Carlos Souza, cuja família trabalha há 30 anos em um estande na avenida Dr. Arnaldo, tradicional ponto de venda de flores na capital de São Paulo.

Segundo ele, nas bancas a orquídea custa R$ 60; nos supermercados, é possível encontrá-la por R$ 35. "Só que a de lá é magrinha, possui um único botão, diferentemente da nossa, encorpada e com vários botões", compara.

COLETIVO

Na análise de Eduardo Barki, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), as floriculturas precisam se unir em uma associação forte.

"Não é um trabalho individual, mas do setor", diz.

O especialista também indica a criação de campanhas de fortalecimento de imagem, nos moldes das que foram feitas pelas padarias -que organizaram cursos de aperfeiçoamento, programas de gerenciamento de resíduos e ações públicas de distribuição de pães em locais de grande movimento, por meio de entidades que representam o setor em São Paulo.

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