|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOL DE PLACAS
Especialistas divergem sobre forma de comunicar
Conhecer o público-alvo é diferencial para os lojistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Associar o consumidor de
baixa renda a produtos de qualidade inferior e de pouco valor
agregado -como em design- é
um dos principais erros que os
lojistas podem cometer.
"A classe menos favorecida
procura o que existe com melhor valor. Estão preocupados
em investir certo", afirma Walter Bueno, do escritório de varejo Kawahara & Takano.
Segundo Bueno, esse público
tem cada vez mais informações,
que chegam pelas novelas e, sobretudo, pela internet -ou seja, sabe o que está na moda.
"Se eles veem uma loja reformada, com um som legal e boa
iluminação, e outra que os trata
como classe de baixa renda,
sem cuidado estético, optam
pela primeira", explica Bueno.
Seguindo esse raciocínio, padronizar a comunicação visual
é essencial, na avaliação de Renato Meirelles, sócio-diretor da
Avenida Brasil, agência especializada em baixa renda.
"A recomendação é que o tamanho da letra seja padronizado na fonte, na altura e na largura. O fundo de todos os cartazes deve ter uma cor definida."
Na loja de bijuterias Olha que
Linda, por exemplo, as peças
em promoção estão destacadas
com placas que têm o mesmo
tamanho, de acordo com a gerente, Edna Sacramento, 45.
Mas, para Heloísa Omine, da
ESPM, cartazes manuscritos e
certa "bagunça" na loja também são positivos, dependendo
do tipo de consumidor.
"Em todas as classes sociais
há pessoas com mais instrução
do que outras. A manicure que
mora em um bairro humilde,
mas trabalha em um lugar chique, tem outra visão de moda e
bem-estar em comparação com
aquela que mora e trabalha em
um local menos favorecido."
Para esta última, afirma
Omine, um ambiente mais sofisticado, ainda que com preços
módicos, pode até afastá-la.
A dica para não errar, segundo Meirelles, é conhecer bem o
consumidor. "Essa é a vantagem do pequeno varejo em relação aos grandes magazines."
Parcerias
O capricho no visual não precisa ter um custo alto para o
lojista. Uma opção é utilizar o
material de divulgação já pronto de marcas parceiras, como
cartazes e pôsteres.
"Usar a imagem da modelo
vestindo a roupa que você vende dentro da loja ajuda a atrair
o público", diz Heloísa Omine.
Chan Wook Min, presidente
do Popai, acrescenta que os
empreendimentos podem investir em "corners" ou espaços
de destaque para essas marcas.
Além de cartazes, o lojista
também deve apostar em estruturas mais ousadas para dar
visibilidade aos produtos.
"Ele tem de visualizar outro
uso para esse material. Por
exemplo, hoje faz uma pilha para promoção que poderá ser
usada na decoração para o Dia
das Mães", diz Omine.
(MCN)
Texto Anterior: Para dentro: Consumidor que entra na loja tem mais chances de comprar Próximo Texto: Serviços como café e bom atendimento atraem o consumidor de baixa renda Índice
|