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FAZENDO ARTE
Pequenas empresas tornam-se "mecenas"
Leis de fomento à cultura entram na estratégia de marketing de MPEs
EVELYN CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para muitos pequenos e médios empresários, ver o nome
de sua firma atrelado a espetáculos musicais, filmes, peças de
teatro e exposições, entre outras manifestações artísticas,
é um sonho fora de alcance.
Alguns, no entanto, têm descoberto que, se não é uma tarefa simples, virar um mecenas
-e obter mais visibilidade com
essa estratégia de marketing-
está longe de ser ficção.
Depois da introdução da Lei
Federal de Incentivo à Cultura
(lei nš 8.313/1991) -mais conhecida como Lei Rouanet-,
há cerca de 15 anos, diversas secretarias estaduais e municipais criaram leis de incentivo à
cultura nos mesmos moldes.
O resultado é uma variedade
de opções ao empresário que
pretende se utilizar dessa legislação com o objetivo de renúncia fiscal do ISS e do IPTU, por
exemplo.
O processo é basicamente
o mesmo em todos os casos.
Os produtores inscrevem seus
projetos nos órgãos públicos e
recebem aprovação para captar
recursos das empresas. Estas
podem investir uma margem
percentual predefinida de um
imposto devido. Em troca, recebem um título fiscal que permite o abatimento desse valor
no momento da declaração.
"O processo é rápido", avalia
Martinho Reis, diretor da Reis
Office. O que ajudou o empresário a optar pelo incentivo foi a
informação. Quando os produtores de uma peça lhe apresentaram o projeto, ele já havia estudado as regras do jogo.
Mas, para bancar o mecenas,
não é preciso esperar que um
produtor bata à porta da firma.
Basta acessar os sites do Ministério da Cultura e das secretarias para consultar os projetos.
Variedade não vai faltar:
além de eventos (como shows,
peças e exposições), produção
audiovisual e publicação de livros, os recursos podem ser direcionados ao patrocínio de
ações continuadas -manutenção de bibliotecas, acervos, patrimônios tombados, grupos de
artistas e formação de platéias
são alguns dos exemplos.
Cuidados
Apesar de ser uma estratégia
de divulgação atraente, é imprescindível que o gestor tome
precauções.
"O projeto deve ser um consenso da empresa. Não adianta somente um setor, como o financeiro, estar envolvido, e o marketing não divulgar, tanto interna como externamente.
Se uma empresa não tiver articulado todos os departamentos, somente demonstrará o
dispêndio financeiro, o que não
basta para os projetos sociais",
ressalta Marcelo Monello, do
CRC-SP (Conselho Regional de
Contabilidade), entidade que
divulga as leis de incentivo.
Ministério da Cultura
www.cultura.gov.br
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