UOL


São Paulo, domingo, 02 de março de 2003


Próximo Texto | Índice

DINHEIRO

Banco do Brasil, BNDES e CEF devem aumentar o volume de recursos para pequenos e médios empreendedores

Créditos a MPEs serão maiores em 2003

JULIANA GARÇON
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma série de novidades agendadas para os próximos dias deve trazer boas notícias a empreendedores em busca de capital para abrir ou ampliar um negócio. Entre elas, os destaques são o aumento dos recursos a micro e pequenas empresas e a aproximação de bancos com o segmento.
Juntos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, dois dos principais agentes de crédito do país, oferecerão R$ 11,5 bilhões a MPEs ao longo de 2003. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que em 2002 liberou R$ 8,3 bilhões para o setor, elevará o montante para R$ 34 bilhões, a serem operados por bancos de varejo.
Mais que ampliar o montante, as novas diretorias do Banco do Brasil e da CEF, empossadas na troca de governo, buscam consonância com o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que propõe a valorização do setor.
A perspectiva da CEF é expandir a base de empresas clientes das atuais 630 mil para 1 milhão. Além disso, a instituição garantirá maior autonomia às agências na decisão sobre os empréstimos. "O gerente terá maior liberdade na liberação do crédito", antecipa Mario Ferreira, superintendente nacional de distribuição.
O Banco do Brasil também busca aproximação com o cliente. Acaba de criar uma gerência executiva de micro e pequenas empresas vinculada à vice-presidência de varejo. "Queremos dar assistência creditícia mais efetiva ao segmento", afirma o vice-presidente de varejo Edson Monteiro.
Uma força-tarefa de técnicos da instituição foi incumbida de mapear as necessidades do segmento. Assim, o banco elegerá regiões que sofrem de maior carência de crédito. Os resultados do estudo, a serem anunciados nos próximos dias, conduzirão medidas de curto e médio prazo, diz Monteiro, ainda sem detalhes do projeto.
Por ora, o executivo revela apenas que o montante destinado a financiamento de investimentos, hoje na ordem de R$ 1,2 bilhão, será elevado a R$ 1,5 bilhão.
O banco também está de olho na crescente demanda por capital de giro: o banco elevará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,5 milhões o montante reservado para esse tipo de operação. Hoje, o serviço contabiliza 365 mil usuários. Com os recursos, o banco espera atender 600 mil clientes.
Na CEF, que tem R$ 7 bilhões para investir nas MPEs, o ajuste na política de crédito passa ainda pela ampliação de foco em pólos produtivos, cuja primeira experiência foi implantada em 2002 para o setor têxtil. Neste ano, o programa será estendido aos setores de couro e calçado, moveleiro e de construção civil.
A iniciativa representa mais que uma inovação conceitual, na opinião de Luiz Ricardo Grecco, 28, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). "Essa abordagem pode baratear o empréstimo."
Em 2003, outra novidade é que a CEF estreará linhas de financiamento à exportação. "É uma quebra de paradigma. Nunca nos ocupamos de comércio externo", diz Mario Ferreira, da CEF.


Próximo Texto: Capital de risco é opção para viabilizar negócio
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.