São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007


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ALÉM DA FRANQUIA

Contrato tem regras para concorrência com ex-franqueador

Empresário deve esperar para entrar no mesmo ramo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes de partir para o vôo solo, o franqueado precisa checar o que o contrato permite que ele faça em seu novo negócio.
A Lei de Franquia Empresarial exige que seja expresso nesse documento como fica a situação do ex-franqueado ao fim de seu prazo de vigência.
Nele há cláusulas sobre o que poderá ou não ser feito com o know-how adquirido com o formato de negócio e como deverá implantar uma atividade concorrente à do franqueador.
O contrato também estipula o tempo mínimo exigido para o ex-franqueado abrir negócio similar ou concorrente.
Para driblar essas exigências, alguns usam expedientes que nem sempre são legais. "É daí que nascem os "laranjas'", diz Ana Vecchi, da consultoria Vecchi & Ancona. Ela explica que alguns ex-franqueados abrem o próprio negócio e o registram sob o nome de um parente ou amigo. "Mas é lógico que os advogados ficam em cima."
Antes de ser aceito na franquia, o empresário geralmente passa por uma análise de perfil que mede se ele vai agüentar seguir as regras.
Mesmo assim, alguns empreendedores se tornam tão qualificados que suportam por pouco tempo a relação franqueador/franqueado. É o excesso de empreendedorismo, e não o contrário, o que causa o racha na sociedade.

Perfil rebelde
"Quem for 100% empreendedor, na hora em que adquirir know-how, abandonará a bandeira e passará a cuidar da vida dele", avalia Vecchi.
Um exemplo é o franqueado especialista em grãos de café, chefe de cozinha ou expert em uma área e que procura a franquia só para entrar no mercado.
Para Vecchi, os setores em que é mais complicado se aventurar -em termos de perfil e repasse do know-how- são alimentação e vestuário.
O de alimentação pode gerar uma relação complicada com fornecedores. "Existe uma enganação, uma má avaliação por parte das pessoas, que acham que vão se sentir bem tocando aquele negócio e, lá na frente, não é bem aquilo", diz Vecchi.
Quem trabalha com vestuário também enfrenta problemas. "Algumas pessoas se encantam com aquele mundo fashion, de cores, de tendências. Mas muitas vezes não é nada disso. Na época de fazer liquidação, promoção, têm de recompor a grade para vender melhor", explica Vecchi.
Alguns empresários com espírito empreendedor contornam esses problemas e percebem que trabalhar fora da marca não é má idéia.
"Tem gente que cresce, bate a cabeça no teto da franquia e não tem mais para onde expandir", diz Adir Ribeiro, consultor do grupo Cherto. "A idéia é aumentar o envolvimento do franqueado com o franqueador." (SM e WV)


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