|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALÉM DA FRANQUIA
Contrato tem regras para concorrência com ex-franqueador
Empresário deve esperar para entrar no mesmo ramo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Antes de partir para o vôo solo, o franqueado precisa checar
o que o contrato permite que
ele faça em seu novo negócio.
A Lei de Franquia Empresarial exige que seja expresso nesse documento como fica a situação do ex-franqueado ao fim
de seu prazo de vigência.
Nele há cláusulas sobre o que
poderá ou não ser feito com o
know-how adquirido com o
formato de negócio e como deverá implantar uma atividade
concorrente à do franqueador.
O contrato também estipula
o tempo mínimo exigido para o
ex-franqueado abrir negócio similar ou concorrente.
Para driblar essas exigências,
alguns usam expedientes que
nem sempre são legais. "É daí
que nascem os "laranjas'", diz
Ana Vecchi, da consultoria Vecchi & Ancona. Ela explica que
alguns ex-franqueados abrem o
próprio negócio e o registram
sob o nome de um parente ou
amigo. "Mas é lógico que os advogados ficam em cima."
Antes de ser aceito na franquia, o empresário geralmente
passa por uma análise de perfil
que mede se ele vai agüentar
seguir as regras.
Mesmo assim, alguns empreendedores se tornam tão
qualificados que suportam por
pouco tempo a relação franqueador/franqueado. É o excesso de empreendedorismo, e
não o contrário, o que causa o
racha na sociedade.
Perfil rebelde
"Quem for 100% empreendedor, na hora em que adquirir
know-how, abandonará a bandeira e passará a cuidar da vida
dele", avalia Vecchi.
Um exemplo é o franqueado
especialista em grãos de café,
chefe de cozinha ou expert em
uma área e que procura a franquia só para entrar no mercado.
Para Vecchi, os setores em
que é mais complicado se aventurar -em termos de perfil e
repasse do know-how- são alimentação e vestuário.
O de alimentação pode gerar
uma relação complicada com
fornecedores. "Existe uma enganação, uma má avaliação por
parte das pessoas, que acham
que vão se sentir bem tocando
aquele negócio e, lá na frente,
não é bem aquilo", diz Vecchi.
Quem trabalha com vestuário também enfrenta problemas. "Algumas pessoas se encantam com aquele mundo
fashion, de cores, de tendências. Mas muitas vezes não é
nada disso. Na época de fazer liquidação, promoção, têm de recompor a grade para vender
melhor", explica Vecchi.
Alguns empresários com espírito empreendedor contornam esses problemas e percebem que trabalhar fora da marca não é má idéia.
"Tem gente que cresce, bate a
cabeça no teto da franquia e
não tem mais para onde expandir", diz Adir Ribeiro, consultor
do grupo Cherto. "A idéia é aumentar o envolvimento do
franqueado com o franqueador."
(SM e WV)
Texto Anterior: As seis fases do relacionamento Próximo Texto: Diferenciar a nova atividade e mudar de endereço disfarçam competição Índice
|