São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Linhas subsidiadas têm critérios rígidos; analistas recomendam cautela em empréstimos

Crédito barato é difícil de conseguir

Fernando Moraes/Folha Imagem
O publicitário Farid Fares, que demorou 18 meses para obter financiamento na Caixa Econômica


FREE-LANCE PARA A FOLHA

Linhas de crédito normais, de mercado, são uma alternati- va ruim de capitalização em tempos de instabilidade econômica. Contudo, é bom lembrar que elas não são a única fonte de recursos para o empresariado.
O dinheiro oriundo de linhas de financiamento específicas (como o Proger, Programa de Geração de Emprego e Renda), voltadas às micro e pequenas empresas, pode ser uma saída viável para quem precisa de crédito.
Com taxas de juros variando de 0,39% a 4% ao mês e limites de saque de até R$ 100 mil, em média, as operações que usam dinheiro proveniente do BNDES ou do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) são mais em conta do que outros empréstimos.
Antes de se lançar a uma extensa e obrigatória pesquisa para saber qual financiamento pode ser mais vantajoso, contudo, o empresário deve se perguntar se precisa realmente do dinheiro.
"O crédito é apenas uma das muitas ferramentas de gestão de uma empresa, não resolve problemas sozinho. Não adianta injetar recursos em um negócio mal administrado", alerta Ricardo Viduedo, consultor do Sebrae-SP.
Segundo ele, muitas vezes as companhias em estágio "moribundo" podem ser salvas com reestruturações e cortes de gastos, sem necessitar de dinheiro extra. "Como as grandes empresas, as pequenas também podem enxugar despesas", afirma Viduedo.

Acesso
Se você já tem contratos firmados e precisa de crédito para honrá-los, ou então chegou à conclusão de que novos investimentos são indispensáveis, mesmo neste momento de crise, prepare-se para superar dois obstáculos: primeiro, o acesso ao financiamento. Depois, o custo disso.
"Há uma absoluta falta de crédito no mercado. O dinheiro existe, mas fica parado no BNDES e em outros agentes financeiros. Eles estão cada vez mais seletivos na hora de liberar a verba, não querem nenhum risco", opina o presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), Joseph Couri.
O industrial afirma que uma maneira de tentar amenizar o problema de acesso ao crédito seria permitir o ingresso de micro, pequenas e médias empresas na Bolsa de Valores. Com isso, os empresários poderiam se capitalizar dentro dos pregões.
Como a opção ainda não existe, o empreendedor precisará de um plano de negócios bem estruturado para ter sucesso.
Por ora, as linhas específicas para pequenos estão sendo resguardadas do aumento dos juros. Gerentes de Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Nossa Caixa, todos com programas de financiamento de micro e pequenas firmas, dizem que não devem, por enquanto, elevar as taxas. (RE)


Banco do Brasil: www.bb.com.br;
Caixa Econômica: www.cef.com.br;
Nossa Caixa: www.nossacaixa.com.br



Texto Anterior: Protecionismo é ameaça, diz professor do MIT
Próximo Texto: Prefeitura e Estado atendem os pequenos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.