São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004


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RODADAS

Para evitar desperdício de tempo, participantes devem conhecer o real objetivo das reuniões

Sucesso depende do rigor ao convidar

DA REDAÇÃO

Para funcionar bem, uma rodada tem de obedecer a alguns fatores, como ter um foco definido, esmero nos agendamentos e astúcia na seleção dos participantes.
Isso principalmente no chamado Projeto Comprador. Como nesses casos o comprador é um convidado quase que 100% subsidiado pela entidade promotora, existe a possibilidade de ele comprometer o fechamento de contratos por achar que se trata de uma viagem de turismo.
"Identificamos importadores solicitados pelos setores na América Latina, na Europa, na Ásia, depois selecionamos e fazemos um comitê de validação para avaliar as fichas e convidar os que se mostrarem mais próximos de nossos objetivos", diz Romão Parolin, gerente do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
"A rodada é o melhor caminho para pequenos e médios empresários terem contato com esses mercados", completa Parolin.
Mas, num país com as dimensões do Brasil, aproximar empresas da Região Sul das da Região Norte também é preciso. Segundo dados do Sebrae, são 540 rodadas por ano. Em São Paulo, o número de reuniões passou de 11 em 2002 para 23 neste ano.
Chica Rosa, 49, presidente da Cia. do Lacre (cooperativa de artesãos de Riacho Fundo, DF, que produz peças como bolsas a partir de lacres de latas de alumínio), é um caso. "Participamos das feiras e das rodadas não só para obter clientes no exterior mas também para ampliar nossa atuação aqui. Temos consciência de que o intuito não é só vender, mas, principalmente, buscar parceiros futuros."
"Nossa expectativa é que essas 540 rodadas gerem R$ 270 mil em negócios", calcula Luis Augusto de Castro Pacheco, consultor de mercado do Sebrae. Para ele, o segredo está na pesquisa prévia.

Casamento
"Temos de identificar o interesse de quem compra e o de quem vende e casar isso. Na rodada de Brusque [SC], focada em moda, os compradores, a maioria brasileiros, fazem pedidos para os seis meses seguintes", diz Pacheco.
Em 16 e 17 de junho, durante o Encontro Latino-Americano de Abastecimento & Alimentação, da Abracen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento), em Recife, 23 empresas compradoras foram apreciar as propostas de 65 vendedoras.
Foram 80 reuniões e estavam em negociação flores e frutas tropicais. Giuseppe Bambini, de uma associação atacadista venezuelana, falou com três brasileiros. "A rodada acelera a aproximação. Me admirou a seriedade dos empresários." O difícil, segundo ele disse, foi entender os nomes diferentes das frutas daqui.


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