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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003


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VITRINE DE IDÉIAS

Lojistas usam as próprias mercadorias para compor temas natalinos, economizar e atrair clientes

Produto na vitrine decora e seduz

Fernando Moraes/Folha Imagem
Nu na banheira, Papai Noel divide a vitrine com itens Any Any


ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se depender só da intenção dos consumidores, o próximo Natal não será animador para o varejo. Segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo, 56% dos paulistanos não pretendem comprar nada neste fim de ano.
Para virar o jogo, a melhor estratégia é a sedução. Apostando em vitrines diferenciadas, enfeitadas com os próprios produtos à venda ou com apelo ambientalmente correto, o lojista pode se beneficiar da chamada compra por impulso, que depende de "laçar" o cliente no exato momento em que ele passar pela loja.
Quem quiser economizar na decoração deve se ater aos recursos disponíveis. Vale de tudo: padarias podem usar pães e doces para compor cenários natalinos, lojas de roupa têm à disposição manequins e tecidos, joalherias aproveitam o charme de seus dourados e brilhantes e floriculturas apelam a arranjos especiais para garantir um bom Natal.
Adepto da idéia de usar o produto como enfeite e chamariz, o decorador Eduardo Stadnik, 33, coloca sua criatividade à prova nessa época. Para ele, cada um tem de trazer "um pouco do seu trabalho" na hora de decorar. "Num restaurante, criei uma árvore com beringelas pintadas, e uma padaria que fiz ganhou uma árvore com pães envernizados."
Outro exemplo de utilização de produtos próprios na decoração é a Design em Flor, de São Paulo. Para a vitrine, a loja levou estrelas de musgos e de galhos, arranjos florais e telas com folhas.
Seguindo essa estratégia, a arquiteta Selma de Sá Moreira bolou uma vitrine de Natal e Réveillon com fios de náilon e tapetes decorados com os símbolos da época para a loja Santa Mônica, que trabalha com esses produtos. O gasto da loja ficou em R$ 200. "Mostramos a versatilidade do produto e a matéria-prima de que ele é feito", celebra Moreira.

Cinco sentidos
De acordo com Ronald Peach, 41, diretor da Droid Tecnologia Promocional e Oficina de Merchandising, o segredo das vitrines e ambientes comerciais é provocar sensações. "O aspecto sensorial conquista. É como o mercado que espalha o cheiro de pão."
Essa foi a estratégia da empresária Cecilia Dale em um empório que a contratou. "Todos os enfeites são de biscoitos e de balas. Assim, valorizamos os produtos."
Mas cuidado com excessos. "Não se pode misturar tudo num só local, com bola, gnomo, estrela, bonecos e laços", avisa Conceição Cipolatti, diretora artística da Cipolatti, empresa que há 22 anos atua na área de decoração. Para ela, na ânsia de chamar a atenção, a vitrine pode virar um "carnaval", confundindo os temas.
A decoradora Amelinha Amaro, da loja Divino Espaço, concorda. "É preciso saber dosar e conseguir passar alguma mensagem com a decoração", afirma.



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