São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011


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Fórmula deve incluir concorrência

Contato com consumidor beneficia empresário na definição de preço de itens, diz especialista

DE SÃO PAULO

A clássica fórmula de precificação -que contempla margem de lucro e custos administrativos, variáveis e de matéria-prima- não funciona mais isoladamente, na avaliação de especialistas.
Na conta, deve estar análise minuciosa da economia e da concorrência, orienta Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
"Com um mercado acirrado como o brasileiro, sai na frente quem estiver antenado a esse cenário", reitera.
A localização da loja e do público também deve ser considerada no cálculo, acrescenta Fabiano Simões Coelho, coordenador do MBA em finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) e autor do livro "Formação Estratégica de Precificação" (ed. Atlas).
"Dependendo do preço estipulado, a empresa pode influenciar o seu cliente a comprar o que ela deseja que ele compre", indica Coelho.
Com foco nas classes A e B, a J. Gean, fabricante de calçados em estilo retrô, tem reajustes de 7% por coleção.
A empresa, que produz sob demanda, não tem estoque. Por isso liquidações não fazem parte das táticas.
"A estratégia de preços é limitada para abranger o nosso público e não popularizar os calçados", afirma o gerente Everton Lourenço, 28.

MALEABILIDADE
Focar somente números, considera Thomas Nagle, economista pela UCLA (Universidade da Califórnia) e autor do livro "Estratégias e Táticas de Preço" (ed. Pearson), "é nocivo ao negócio".
"Um produto que tem 50% a mais de durabilidade, por exemplo, não deve ser só 50% mais caro porque, por trás dos números, há benefícios não mensuráveis que devem ser incluídos pelo lojista", explica o economista.
Apesar do baixo capital, negócios de pequeno porte são os que mais têm sucesso em estratégias de precificação, na avaliação de Nagle.
"A comunicação entre os funcionários e os gerentes é mais eficiente, e o contato com clientes, mais próximo [o que facilita a melhor determinação de preços]", diz.

Leia entrevista completa de Thomas Nagle em
folha.com/no987428




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