São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006


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O custo da inovação

Pirataria movimenta US$ 522 bilhões

Falsificadores ignoram direitos de propriedade e prejudicam pequenas empresas formais




MARIANA BERGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda que o registro de patentes possa garantir direitos ao proprietário intelectual do produto, a pirataria se prolifera cada vez mais no mundo todo.
A falsificação de mercadorias é, segundo a Interpol, o crime que mais movimenta recursos no mundo. A entidade estima que, anualmente, sejam negociados US$ 522 bilhões em itens falsificados.
No Brasil, o CNCP (Conselho Nacional de Combate à Pirataria), do Ministério da Justiça, já retirou de circulação cerca de 1,5 bilhão de produtos pirateados, desde sua instauração, há pouco mais de um ano.
"A pirataria pode ser chamada de crime do século", afirma o secretário-executivo do Ministério da Justiça e presidente do CNCP, Luiz Paulo Barreto.
No mercado de locação de filmes, a queda da receita chega a 50%, segundo Marcos Zanon, 37, presidente do Sindemvídeo (sindicato de firmas do setor). "Na melhor das hipóteses, muita gente pega um DVD na locadora e tira cópia para ter o filme em casa", pressupõe Zanon, que é dono de duas locadoras.
Para quem está envolvido no combate à pirataria, o ponto mais importante a ser mudado é a conscientização da população, que prejudica o país ao adquirir produtos falsificados.
"Se queremos que o Brasil se insira no mercado mundial, é preciso proteger a propriedade. Muitas vezes, as pessoas não percebem que estão cometendo um crime ao consumir um produto pirata. Além disso, devem perceber que se trata de artigos de qualidade inferior", destaca Márcio Gonçalves, diretor de operações de antipirataria para América Latina da Motion Picture Association.
Não fosse pela falsificação dos produtos que comercializa por meio de licenças, o diretor-geral de operações da Fastframe, Rodrigo Viegas, 33, diz que suas vendas seriam triplicadas.
"Havia a situação de pirataria feita pelos camelôs, mas, hoje, o assunto é muito mais grave, pois a falsificação é exercida não somente pelo público informal mas também por grandes empresas", enfatiza Viegas. "Há supermercados fazendo uso indevido de imagem, pois copiam pôsteres sem ter a licença, e ninguém faz nada. Tivemos uma linha da Disney pirateada por um magazine, e levei seis meses para conseguir aprovar a licença", exemplifica.


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