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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003


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Levantamento feito pela Folha pesquisou valores das maiores seguradoras para cinco tipos de empresa

Diferença nos preços chega a 385%

Fernando Moraes/ Folha Imagem
Sem seguro específico, Oreste Giannetti teve prejuízo quando ônibus atingiu empresa


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A variação de valor de seguros empresariais com cobertura básica de riscos (incluindo roubo de bens, mercadorias e valores) no município de São Paulo chega a 385%, se comparados os planos das maiores seguradoras do país.
A conclusão é de levantamento feito pela Folha com base no estudo "Onde Estão as Micro e Pequenas Empresas Paulistas", do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) e em rankings de seguradoras fornecidos pela Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Capitalização, de Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros) e pelo Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo.
Foram escolhidos cinco tipos de empresa entre os mais frequentes no Estado: loja de vestuário e mercado, no setor de comércio, restaurante e empresa de informática, no setor de serviços, e confecção, na indústria (veja quadro na pág. 3). Em seguida, foram pesquisados os valores das coberturas básicas para essas empresas entre as 12 primeiras colocadas nos rankings, sempre em três faixas de patrimônio segurado (R$ 50 mil, R$ 100 mil e R$ 200 mil).
Também foram pesquisados valores de seguros de vida em grupo e acidentes pessoais para três ramos da indústria (construção civil, confecção e metalurgia).
Das empresas contatadas, três não enviaram resposta a nenhum quesito. A Caixa Seguros afirmou que está reformulando seus produtos e que não seria interessante divulgá-los agora. A assessoria de imprensa da Itaú Seguros informou por e-mail que a empresa "não faz apenas estudos dos valores dos seguros". A seguradora Aliança do Brasil comunicou que enviaria as respostas, mas não o fez até o fechamento da edição.

Seguro de roubo
Em geral, os planos básicos cobrem incêndio, queda de raio e explosão. Para os cálculos, foi adicionada a cobertura de roubo para patrimônio de R$ 10 mil.
As maiores variações surgiram para os mercados, sobretudo em razão do custo mais elevado da cobertura de roubo de valores (dinheiro e cheques nos caixas). No ramo de informática, a cobertura de roubo chega a ser 129% mais cara do que nas demais.
"Comparar valores de seguros diferentes não é fácil", afirma o presidente do Sincor-SP (sindicato dos corretores do Estado), João Leopoldo Bracco de Lima. A explicação é simples: nem sempre as coberturas básicas são coincidentes. "É preciso avaliar, com a ajuda do corretor, qual o produto mais interessante", ressalta.
O presidente do Sindicato das Seguradoras do Estado, Casimiro Blanco Gomez, concorda. "Há grande variação entre as coberturas, pois as empresas, embora sejam fiscalizadas pela Susep [Superintendência de Seguros Privados, ligada ao Ministério da Fazenda], têm liberdade para desenvolver seus produtos", afirma.

Correndo risco
Fernanda Rojo de Biasi, 25, sócia de três franquias de O Boticário, conta que contratou seguro contra roubo de bens, mercadorias e valores, mas que nem sempre o total roubado atinge a franquia do seguro. "Já tive um roubo de R$ 1.500 que foi coberto. Mas outro dia levaram R$ 200 em produtos. O seguro não cobre."
Já a farmacêutica Andréa Giongo, 35, mesmo dizendo que seu maior problema são os assaltos ao dinheiro do caixa da farmácia, optou somente pela cobertura de bens e mercadorias. "Ficaria muito caro. Acho que não compensa, prefiro correr o risco." (BL)


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