São Paulo, domingo, 18 de julho de 2004


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FEIRA

Empresas de menor porte se organizam em estandes coletivos para participar do evento e atrair atenção

Micro e pequenos crescem na Francal

ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para reduzir os custos e aumentar a exposição na Francal, feira do setor de calçados que terminou na sexta-feira em São Paulo, micros e pequenos empresários se reuniram em estandes de pólos calçadistas de regiões, como, por exemplo, o "aglomerado" de Franca, Jaú e Birigüi.
""Vários pequenos saíram de empresas grandes e montaram fábricas enxutas. Eles ficam um ou dois anos em estandes coletivos e depois criam identidade própria", diz Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal.
Ele comenta ainda que, em geral, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e as prefeituras apóiam financeiramente esses empreendedores para participarem da feira.
Segundo a organização, 2004 foi a edição da Francal que reuniu o maior número de pequenos: dos 850 expositores, 280 eram de menor porte (32,9%). Na feira do ano passado, a proporção foi menor: eram 200 dos 800 (25%).
O Brasil é o terceiro maior fabricante de calçados do mundo, atrás apenas da China e da Índia, e exporta para 120 países. A expectativa para o segundo semestre é exportar 58% mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Moda
O que estava em discussão no evento eram as tendências para a próxima coleção primavera-verão. E consultores de moda e fabricantes de sapatos concordam em relação aos próximos "hits".
Estarão em alta os produtos naturais de couro atanado (curtido em um produto vegetal), que dá um aspecto natural de lavado ao calçado, as solas de borracha e os modelos "assandaliados" -sandálias fechadas na ponta com tiras finas. Chinelos e escarpins terão estampas florais, strass e cristal.
Mocassins, sapatos com fôrmas compridas e tênis que fizeram moda na década de 70 serão reeditados para a coleção masculina.
Além de ditarem tendências, os expositores também mostraram preocupação em desenvolver tecnologia. A Opananken, de Franca (SP), apresentou a Diabetic's Line, para portadores de diabetes. O diferencial dos modelos está no fato de não terem ponto de atrito e de serem confeccionados com couro de ovelha no cabedal.
A marca Quest, da Sândalo, irá lançar a linha Hydra Yoga, de sandálias masculinas. A palmilha, com desenho anatômico, foi criada para automassagear os pés durante as caminhadas.
A Donadelli, também de Franca, criou calçados com formas mais alongadas, bicos finos e viras estreitas. "Estamos apostando no "casual office", que o homem usa tanto para ir trabalhar como para participar de um coquetel", afirma Jorgito Donadelli, diretor de produtos da empresa.

Licenciamento
O licenciamento continua sendo uma das grandes apostas do setor. Na feira, foram apresentadas várias linhas com estampas de personagens da TV e do cinema.
Segundo o vice-presidente da Abral (Associação Brasileira de Licenciamento), Márcio Domingues, tanto a indústria de calçados procura personagens para agregar diferencial ao seu produto como os agentes possuem um leque de opções para oferecer aos fabricantes. ""O importante é usar o personagem certo para o público que a indústria quer atrair."
A Dupé, por exemplo, fechou um contrato de licenciamento com clubes de futebol e criou a coleção Supertime, com chinelos de borracha que usam nas palmilhas e no solado as cores oficiais do time e, na tira, o brasão.
""Estimamos vender 800 mil pares ainda neste ano, o que representa 2,5% do volume total da empresa", explica João Luiz Prestes Oliveira, gerente nacional de vendas da empresa.


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