São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003 |
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O MAPA DA MINA Empresários descobrem que estar em um pólo industrial traz vantagens, como a ampliação da clientela Interior revela "união que faz a força"
SÍLVIA FREIRE FREE-LANCE PARA A FOLHA Muitas vezes, o sucesso de um empreendimento depende de ele estar no lugar certo. Por isso optar por um setor industrial que já apresenta uma concentração em determinada região -os chamados pólos de produção- pode ser uma vantagem para quem está abrindo uma empresa. Diversos municípios do interior de São Paulo, por motivos históricos, políticos ou geográficos, desenvolveram uma vocação para certos tipos de indústria. Seguindo o mote "a união faz a força", alguns empresários desses pólos já estão se unindo e conseguindo tirar proveito da proximidade. Em 1999, Emerson Antônio Botero, 30, abriu, no município de Tabatinga (a 335 km de São Paulo), a confecção Anjos Baby, que faz bichos de pano. Ele aproveitou a especialização que a indústria local começou a delinear na produção de enxovais para bebês, um refluxo da produção de bordados no município vizinho de Ibitinga. "Pudemos formar um pool de empresas para negociar descontos com os fornecedores de matéria-prima", exemplifica Botero. Segundo a prefeita Meire Izilda do Nascimento (sem partido), existem atualmente 42 indústrias de micro e de pequeno portes que produzem enxovais para bebê em Tabatinga. Desse total, 26 surgiram nos últimos dois anos. "Os resultados já podem ser notados: no Natal, as empresas não conseguiram atender toda a demanda." A fim de incentivar os pólos, o Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) fez um levantamento com os pólos industriais do Estado (veja na pág. 3). Foram consideradas as concentrações com mais de 50 firmas do mesmo setor. "O objetivo foi identificar regiões a serem beneficiadas pelo agrupamento", diz Gerson Braz, gerente do Sebrae. Parceiros Apesar das vantagens, estar em um pólo não é garantia de sucesso. "É preciso operar no planejamento, na gestão e ver a conjuntura econômica", alerta o consultor do Sebrae Pedro Gonçalves. Ver o concorrente como um parceiro é outro requisito. "Demorou, mas não vejo mais os outros empresários do ramo como inimigos", conta João Bergstron, 56, dono da cerâmica Carbus, no pólo de Santa Gertrudes (a 167 km de São Paulo). Próximo Texto: Consórcio abre portas no exterior Índice |
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