São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 2006


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GESTÃO DE PESSOAL

Para o escritor inglês John Adair, empreendedores precisam tornar-se líderes em vez de ser chefes

Rumo da empresa depende de liderança

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao comandar o negócio, o empreendedor raramente consegue fugir do estigma do "poderoso chefão" perante os funcionários. Ainda mais no caso de quem faz as vezes do empresário mandão.
Esse perfil, contudo, é "obsoleto e afeta diretamente o lucro da empresa". A afirmação é do inglês John Adair, autor do recém-lançado "Chefiar ou Liderar" (editora Futura, R$ 24,90, 208 páginas).
Formado em administração pela Universidade de Cambrigde, o escritor descreve as vantagens de ser líder (em vez do tradicional chefe mal-humorado) e como a mudança pode beneficiar a produtividade das empresas.

Folha - Como um pequeno empresário pode mudar seu modo de agir, de chefe para líder?
John Adair -
Empreendedores que queiram que seus negócios cresçam por meio do desenvolvimento do trabalho de equipe têm que inspirar gente comum a trazer resultados extraordinários.

Folha - Como fazer isso?
Adair -
O melhor caminho é dar a direção certa a seguir, construir o trabalho e a comunicação da equipe e ser um bom exemplo. O empresário deve falar e agir com integridade para os funcionários e seus clientes, a fim de criar uma atmosfera de confiança. É importante trabalhar ao lado de todos para "liderar de frente".

Folha - Como é possível estimular a liderança do funcionário se o exemplo mais comum nas pequenas empresas é o dos "chefes"?
Adair -
É difícil desenvolver líderes em um ambiente dominado pelo chefe. [O empreendedor] deve ter em mente que, se não é parte da solução, é parte do problema. Também é importante treinar e incentivar a liderança.

Folha - Quando o empresário seleciona um candidato, o que ele deve buscar para contratar um líder?
Adair -
[O candidato] deve demonstrar que já tem um passado como líder e que tem "fome" de mostrar suas capacidades. Ajuda se ele parecer e falar como líder.

Folha - O que é possível fazer, em empresas familiares, se não há um líder claramente definido?
Adair -
Esse tipo de negócio pode ser ótimo para trabalhar, pois há um grande sentimento de "bem familiar". Mas, infelizmente, as famílias nem sempre têm bons líderes a cada nova geração. Quando isso acontece, deve-se reconhecer o fato e decidir-se por alguém de fora que guiará a firma.

Folha - Essa tendência [ser um líder e não um chefe] não é uma particularidade norte-americana?
Adair -
Não, ela é universal. O mundo todo precisa não só de bons líderes para gerir suas empresas mas de líderes para o bem.


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