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GESTÃO DE PESSOAL
Para o escritor inglês John Adair, empreendedores precisam tornar-se líderes em vez de ser chefes
Rumo da empresa depende de liderança
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao comandar o negócio, o empreendedor raramente consegue
fugir do estigma do "poderoso
chefão" perante os funcionários.
Ainda mais no caso de quem faz
as vezes do empresário mandão.
Esse perfil, contudo, é "obsoleto
e afeta diretamente o lucro da empresa". A afirmação é do inglês
John Adair, autor do recém-lançado "Chefiar ou Liderar" (editora Futura, R$ 24,90, 208 páginas).
Formado em administração pela Universidade de Cambrigde, o
escritor descreve as vantagens de
ser líder (em vez do tradicional
chefe mal-humorado) e como a
mudança pode beneficiar a produtividade das empresas.
Folha - Como um pequeno empresário pode mudar seu modo de
agir, de chefe para líder?
John Adair - Empreendedores
que queiram que seus negócios
cresçam por meio do desenvolvimento do trabalho de equipe têm
que inspirar gente comum a trazer resultados extraordinários.
Folha - Como fazer isso?
Adair - O melhor caminho é dar
a direção certa a seguir, construir
o trabalho e a comunicação da
equipe e ser um bom exemplo.
O empresário deve falar e agir
com integridade para os funcionários e seus clientes, a fim de
criar uma atmosfera de confiança.
É importante trabalhar ao lado de
todos para "liderar de frente".
Folha - Como é possível estimular
a liderança do funcionário se o
exemplo mais comum nas pequenas empresas é o dos "chefes"?
Adair - É difícil desenvolver líderes em um ambiente dominado
pelo chefe. [O empreendedor] deve ter em mente que, se não é parte da solução, é parte do problema. Também é importante treinar e incentivar a liderança.
Folha - Quando o empresário seleciona um candidato, o que ele deve buscar para contratar um líder?
Adair - [O candidato] deve demonstrar que já tem um passado
como líder e que tem "fome" de
mostrar suas capacidades. Ajuda
se ele parecer e falar como líder.
Folha - O que é possível fazer, em
empresas familiares, se não há um
líder claramente definido?
Adair - Esse tipo de negócio pode ser ótimo para trabalhar, pois
há um grande sentimento de
"bem familiar". Mas, infelizmente, as famílias nem sempre têm
bons líderes a cada nova geração.
Quando isso acontece, deve-se reconhecer o fato e decidir-se por
alguém de fora que guiará a firma.
Folha - Essa tendência [ser um líder e não um chefe] não é uma particularidade norte-americana?
Adair - Não, ela é universal. O
mundo todo precisa não só de
bons líderes para gerir suas empresas mas de líderes para o bem.
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