São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007


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O ouro do Pan

Pan-Americano abre caminho do pódio a pequenas empresas

Para especialistas, há espaço para fornecedores de comércio, de serviços e industriais em vários Estados

Felipe Varanda/Folha Imagem
A empresária Nilza Maria de Oliveira, sócia da Planeta Rio


RAQUEL BOCATO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

Marcar pontos nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, que serão realizados de 13 a 29 de julho e de 12 a 19 de agosto no Rio de Janeiro, não será privilégio apenas de renomados esportistas.
A competição deve gerar ganhos também para pequenas empresas -e não apenas para as do Estado fluminense.
"A época das grandes companhias [de fechar contratos para a participação no evento] já passou. Agora é o momento de pequenas e médias empresas começarem a se programar", destaca o professor de administração esportiva da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) José Antônio Barros Alves.
Para ele, os pequenos varejos estão entre os empreendimentos que mais devem lucrar com os 700 mil turistas que, segundo a Secretaria Especial de Turismo, devem ocupar a cidade somente para os Jogos Pan-Americanos. O órgão não tem previsões para o Parapan.
O torneio, que tem duração de 17 dias, deve reunir número de visitantes similar ao esperado nos cinco dias de Carnaval -694 mil pessoas.
O montante despendido nos dois períodos, no entanto, é diferente. Nos cinco dias de folia, a estimativa é a de que os turistas desembolsem US$ 500 milhões -US$ 100 mil por dia. Nos de competição, os gastos devem ser de US$ 870 milhões -US$ 51,2 mil por dia.
Segundo especialistas, o montante não será dividido apenas pelo varejo. "Indústrias produtoras de lembranças e empresas que licenciaram a marca do evento também devem lucrar", indica Alves.
Ele afirma haver espaço também para "produtos pós-evento", como álbuns de fotografia e livros sobre a competição.
"Esse tipo de evento repercute nos seis meses seguintes", avalia, sobre a venda de artigos relacionados à competição.
A chefe da assessoria de Infra-Estrutura e Novos Negócios da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Marta Franco, indica alguns setores fabris que podem ser impactados positivamente pelos jogos. "Fábricas de alimentos, limpeza, higiene pessoal e móveis e indústrias têxteis têm oportunidades."
Segundo Franco, essas possibilidades estendem-se não apenas às indústrias do Rio de Janeiro. "Os produtos que serão consumidos durante o período do evento não serão necessariamente produzidos no Rio."

Perspectivas opostas
Os comerciantes, contudo, dividem-se quanto a um aumento de vendas nos jogos.
Mario Silva, proprietário da Amalfi Souvenirs, afirma não ter grandes expectativas com relação a um incremento nas vendas de itens no Pan 2007.
"Deve melhorar um pouco porque o período é de baixa temporada. Mas esses turistas não são potenciais compradores de suvenires", opina.
A empresária Nilza Maria de Oliveira, sócia da loja Planeta Rio, discorda. Diz que as vendas no período devem superar as de janeiro e fevereiro -considerados os dois melhores meses para a comercialização de lembranças na capital fluminense.
"Em setembro do ano passado, algumas equipes que vão disputar os jogos paraolímpicos vieram competir [na cidade]. Tivemos uma semana muito boa", destaca Oliveira.


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