São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002


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Na hora de ampliar negócio, muitas empresas acabam quebrando; planejamento reduz riscos

Expansão é salto, mas não no escuro

GIOVANA TIZIANI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para quem já venceu o desafio de abrir um negócio e sobreviver no mercado, o próximo passo geralmente é pensar em expandi-lo.
Montar uma filial, passar a franquear a marca ou investir na ampliação e na modernização da própria loja são alternativas, mas exigem do empreendedor algumas _ou muitas_ ponderações antes de serem escolhidas.
"É bem no momento de dar um salto que muitas empresas acabam quebrando", diz Maria Carolina de Azevedo Ferreira de Souza, professora do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Para ela, só é possível pensar em crescer quando o negócio já está consolidado e o empreendedor tem capital próprio suficiente para sustentá-lo por pelo menos seis meses, qualquer que seja a opção.
Tales Andreassi, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp-FGV), afirma ser conservador ao indicar o melhor momento de crescer.
"Não há regra. Mas ter capital próprio, empregados bem treinados e um sócio confiável pode ajudar a minimizar os riscos."

Último suspiro
Antes da decisão, é preciso ter claro que qualquer forma de expansão envolve risco e que o importante é que ele seja calculado.
Souza recomenda fazer um rigoroso projeto de avaliação econômico-financeira e projetar despesas e receitas sem otimismo.
Segundo ela, há como se precaver. "O empresário não pode ser ansioso e pensar em expansão como o último suspiro de um negócio que já está perdendo o fôlego."
Andreassi aconselha prestar atenção na sazonalidade do empreendimento, evitar as épocas de recessão e sempre abrir uma nova loja antes dos picos de venda.
A sugestão do consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Guilherme Luiz de Oliveira é pesquisar o mercado, visitar associações do setor e conversar com empresários que estão tendo sucesso. "A dica é gastar 90% do tempo planejando e 10% executando", afirma.



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