São Paulo, domingo, 22 de novembro de 2009


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EXPORTAÇÃO ORDENADA

MPEs aumentam participação

Comércio para América Latina e bom resultado das empresas que exportam continuamente explicam ganho durante a crise

Letícia Moreira/Folha Imagem
EXPANSÃO AMERICANA
A fabricante de produtos de higiene para animais Pet Society trabalha expansão na América Latina, segundo Leandro Malatesta, coordenador de negócios internacionais da empresa


ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As MPEs (micro e pequenas empresas) exportadoras tiveram sua primeira alta na participação nas vendas brasileiras ao exterior em dez anos.
Desde 1999, o volume exportado das MPEs dobrou, chegando a US$ 48,3 milhões no primeiro semestre de 2009. Mas, como a exportação do país se multiplicou por quatro, a participação dessas empresas vinha caindo. Com a crise mundial, a exportação das grandes caiu mais do que a das pequenas, permitindo ganho na participação (veja ao lado).
O resultado deve ser interpretado mais como uma das anomalias do período de crise do que propriamente como uma inversão na tendência de queda, opina Luiz Carlos Barbosa, diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A entidade apurou esses números no estudo "As Micro e Pequenas Empresas nas Exportações Brasileiras", concluído em setembro deste ano.
"Ficou demonstrado que as micro e as pequenas têm capacidade de ajuste um pouco maior do que as grandes empresas", aponta Barbosa.
O levantamento do Sebrae mostrou a força de alguns destinos. Mercosul (Mercado Comum do Sul) e Aladi (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento Integrado) tiveram as menores quedas entre os principais destinos das MPEs na crise.
No total brasileiro, ocorreu o inverso: as maiores quedas foram para a América Latina, e a única alta foi para a Ásia.
Já o perfil mais resistente à crise foi o dos exportadores contínuos -que venderam regularmente após estrearem no mercado externo-, com as menores quedas.
"As empresas contínuas já têm estrutura, e a tendência é que foquem cada vez mais o comércio exterior", afirma Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Real forte
Gilberto Poleto, da Bralyx, que faz máquinas de salgado, conta que pretendia dobrar as exportações neste ano, mas que vai manter o nível de 2008. Ele tem planos de vender para oito países, entre eles Estados Unidos, Colômbia, Chile e Rússia.
Passada a crise, ele avalia que o principal problema é o real forte. "Quando os mercados começaram a se recuperar, veio a valorização do real nos criar muitas dificuldades."
Desde o começo do ano até a semana passada, o dólar caiu de R$ 2,32 para R$ 1,72.


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