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Corte de vagas em MPEs é o maior em mais de 20 meses
Anna Carolina Negri/Folha Imagem
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Fábio Lacerda, da Nazca, que contratou assessoria para demitir |
Em um ano, foram 152 mil trabalhadores demitidos
ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em expansão ou não, toda
firma, em algum momento, depara-se com a dúvida de manter ou demitir funcionários.
Essa questão tem sido mais
freqüente nos últimos meses:
micro e pequenas firmas do Estado de São Paulo eliminaram
152 mil postos de trabalho de
julho de 2005 a julho de 2006.
Esse é o menor nível de pessoas ocupadas em micro e pequenas empresas no Estado de
São Paulo nos últimos 22 meses, segundo o Sebrae-SP
(Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas).
Antes de optar pela demissão, o empresário deve saber
que o desconforto não será apenas pelo ato do desligamento:
haverá efeitos colaterais -como o balanço sofrido no caixa.
Por isso quem quer demitir
para economizar deve colocar
as contas no papel antes de
romper o contrato: juntamente
com o empregado, podem ir
embora as economias da firma.
"É comum ver isso ocorrer",
avisa Gilberto Rose, consultor
do Sebrae. "Muitos deixam de
dispensar o funcionário e "vão
levando" por não ter provisão."
Segundo dados do professor
da Unicamp Márcio Pochmann, em relação ao custo de
demissão, a legislação brasileira estabelece seis procedimentos: salário equivalente aos dias
trabalhados e não pagos; valor
das férias vencidas ou proporcionais, acrescidas de um terço
de abono de férias; 13º salário
proporcional; valor do FGTS;
multa de 40% sobre o FGTS e
aviso prévio de 30 dias.
Na balança
Nessas situações, é importante ponderar. Se demitir pode sair caro, manter um trabalhador descontente também
não agrega valor ao negócio.
O melhor, para Gilberto Rose, é
conversar com o funcionário e
estar preparado financeiramente para bancar a saída.
"Toda a demissão tem de ser
planejada com antecedência de
30 dias", recomenda o diretor
da consultoria Thomas Case &
Associados, Renato Nishimura.
Para ele, é preciso pensar na
substituição do funcionário,
na transição do conhecimento
e no impacto sobre o grupo.
"É importante pontuar os motivos que levaram a empresa a
demitir. Não se pode deixar de
dar um motivo", enfatiza.
Na Nazca Cosméticos, de
médio porte, "já houve alguns
desligamentos traumáticos no
passado", diz Fábio Lacerda,
gerente de recursos humanos.
Há um ano, a Nazca contratou uma consultoria para assessorar a permanência e também a saída de funcionários.
"Antes, a sensação que ficava
era a de mágoa. Agora, concedemos ou estendemos benefícios e, dependendo do cargo,
também damos suporte para
orientação de carreira. Dentro
da organização, isso se reflete
na equipe, que não sente o impacto [da saída]; fora, melhora a
imagem institucional", afirma.
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