São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002


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CAPA

Serviço de empresa júnior exige a orientação de professores atualizados

Experiência é fator central na escolha

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As empresas juniores cuidam de pontos que vão dos problemas financeiros à gestão de pessoal. Fazem projetos e pesquisas de mercado com orientação dos professores, e algumas chegam a implementar as sugestões.
Entretanto, diferentemente de consultorias de maior porte, as juniores podem deixar a desejar no quesito experiência. Segundo consultores, ao analisar o perfil de cada uma, deve-se checar se ela tem apoio dos professores e se está atualizada com o mercado.
Julio Campos, 49, sócio-gerente da Estúdio Flux (brindes para eventos), resolveu arriscar. Com problemas na área financeira, gastou R$ 2.000 em softwares de gerenciamento de finanças.
Não deu certo, e ele procurou a Consultoria PUC Júnior (da Pontifícia Universidade Católica). Investiu R$ 3.600 na elaboração de um projeto de três meses que está em implantação. Pagar menos foi importante, porém ele buscou a eficiência. "O custo é um atrativo, mas a universidade deve estar em compasso com o mercado."

Pequenos problemas
Luís Fernando Araújo, 32, sócio-diretor da Retoque Assessoria e Comunicação, aprovou os resultados obtidos com os juniores.
Apesar do crescimento da empresa, pequenos problemas se acumulavam, das finanças à gestão de pessoas. Ele procurou a Empresa Júnior FGV e gastou R$ 5.000 para descobrir que faltava planejamento estratégico.
Com o diagnóstico em mãos, traçou um plano com metas a serem atingidas em cinco anos.
Mas nem sempre são os problemas que motivam a procura por assessoria. Eres Chelon recorreu à FEA Júnior USP (da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) para desenvolver um projeto de franquia para sua empresa de massagem rápida.
Ele diz que sondou com amigos o preço de outras consultorias e optou pela empresa júnior por ser uma opção mais econômica. O custo do projeto foi de R$ 8.600.
O preço, entretanto, não é o ponto positivo mais ressaltado. "Os alunos se envolvem com o projeto, e o apoio dos professores compensa a inexperiência."

Plano na cabeça
Há soluções acessíveis para viabilizar o negócio mesmo quando a necessidade do empreendedor vai além da consultoria.
Wanderley Schmitt Campos, 37, iniciou em 1996 uma empresa de desenvolvimento de softwares de gestão empresarial, a CRM Solutions. Apesar de ter captado R$ 1 milhão com investidores para a expansão, sentiu que não tinha vendas suficientes para sobreviver a crises e que precisava aprimorar o plano de negócios.
Aprovado na seleção da Endeavor, conseguiu elaborar seu plano, atraiu 12 possíveis investidores e acabou se tornando sócio da Datasul. "Pudemos investir no nosso sonho de vender também no mercado externo", afirma.
Com um plano na cabeça, mas sem infra-estrutura ou capital para investir, Laura Oliveira, sócia-diretora da ProLine (produção de material para implante ósseo), procurou uma incubadora.
Depois de um ano e meio no Cietec, a empresa coleciona 1.500 dentistas como clientes e 18 distribuidores de seu produto no país. "Com essa associação, os primeiros contatos comerciais foram bastante receptivos." (BMF)

Fejesp (Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo): www.fejesp.org.br.


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