São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002


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MARKETING

Mimar cliente aumenta vendas, mas custo não pode ser alto; loja tem até almoço grátis

Promoção tem de ser bem pensada

FLÁVIA MARREIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O almoço é de graça para clientes assíduos, eventuais e visitantes da loja Pesca Pinheiros. Uma cozinheira contratada pela casa especializada em pesca espor- tiva prepara comida para 50 pessoas, em média, que têm tam- bém uísque à disposição.
Os agrados podem parecer exagerados- são gastos R$ 5.000 por mês para oferecê-los-, mas o gerente da loja, Valmir Silva, diz que o aumento das vendas chegou a 50% e que a estratégia diferencia a loja há cinco anos de duas concorrentes no bairro de Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
Para consultores de marketing promocional, a idéia da loja de pesca funciona porque foi criada de acordo com o padrão de consumo dos clientes (compras demoradas, concentradas na hora do almoço) e planejada a relação custo-benefício. "Não daria certo numa loja de roupas, concorda?", exemplifica Silva.
Ações sob medida e planejamento são critérios para quem pensa em fazer promoções.
Também valem comodidades na hora da compra, como estacionamento e áreas de convivência.
"Até para fazer uma oferta é preciso cuidado. Se baixar o preço demais, você pode desvalorizar a imagem do seu produto perante o cliente. O melhor seria agregar um brinde", afirma Paulo Pérsigo, 35, diretor da GPP-Gelre & Pérsigo Promoções.
Segundo Pérsigo, tanto as medidas promocionais mais imediatas como as aparentemente indiretas podem ser usadas por pequenos e médios empresários. "É difícil falar em valores, mas o ideal seria investir de 5% a 20% dos lucros em ações promocionais."
No caso de uma farmácia, diz, cabe mais incrementar o atendimento (com a contratação de um enfermeiro) e melhorar a entrega em domicílio o que apostar em espaços de convivência na loja, com comida ou chazinho.

Tempos difíceis
"Em tempos difíceis, as empresas querem aumentar as vendas rapidamente, e ações como sorteios causam esse efeito", diz Kito Mansano, 39, diretor de promoções da Banco de Eventos.
Nos sorteios, se a promoção foi bem-sucedida, as vendas crescem, segundo Mansano. "Quem faz promoção tem de acompanhar de perto os resultados."
O diretor da corretora de seguros Grupo Mais, Valberto Santos, diz que contratou uma empresa de marketing para fazer uma promoção entre funcionários de uma grande empresa. Eles sortearam três televisores entre os clientes.
"Pequenas também podem contratar serviços profissionais para as promoções. Pagamos R$ 1.800 para a empresa e gastamos R$ 1.800 com os prêmios. Até hoje [dois meses depois", ainda estou tendo retorno. Aumentamos em 28% as vendas", declara Santos.
É bom lembrar: promoções, sorteios e concursos têm legislação específica. Para realizar sorteios, por exemplo, é preciso registrá-los no Ministério da Fazenda. Quem descumpre as regras pode pagar multa.
A legislação está no site www.ampro.com.br.


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