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BANHO DE IDÉIAS
Novidade necessita de plano de negócio
Pesquisa de mercado e capacitação de funcionários são preocupações
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na hora de transformar ciência em mercado, "quanto mais
inovador for o produto, mais
riscos haverá", diz Jorge Ávila,
diretor do INPI. Para ele, porém, a possibilidade de perda é
proporcional à de recompensa.
Um levantamento feito pela
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em maio
deste ano, com 338 dos projetos inovadores apoiados pela
Fapesp (Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São
Paulo) mostrou que cada R$ 1
investido pela instituição gerou
R$ 12 de faturamento nos negócios contemplados.
Tornar um invento lucrativo,
porém, nem sempre depende
apenas de uma boa idéia. "É
somente a partir do empreendedorismo no tratamento da
invenção que surge um projeto
comercializável", alerta Marcelo Dini, gerente de tecnologia e
inovação do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas).
Faz parte do plano de negócio a pesquisa de mercado, que
deve ser feita com cautela extra, já que, como o produto ainda não existe, toda previsão irá
se basear nas soluções semelhantes já disponíveis.
Preparação
Da idéia à patente, passaram-se quase dez anos para Robson
Rojas, 38, inventor de um reciclador de água. O produto teve
seu projeto iniciado em 1991,
começou a ser vendido em 1999
e foi patenteado em 2001. Em
2003, foi criada a Ergon, empresa que vende a solução.
"Foram muitos anos queimando bastantes motores e
estragando muita água", brinca
Rojas. O empresário, que é formado em filosofia, fez 32 cursos técnicos no período.
O cuidado no preparo do produto reverteu, em 2005, em
prêmios de inovação e sustentabilidade. "Isso nos ajudou a
entrar no mercado", conta.
Hoje, a maior dificuldade da
firma é capacitar funcionários,
já que o treinamento dura pelo
menos um ano.
Depois de obter a proteção da
patente e de consolidar o processo produtivo, outra dificuldade é justamente o treinamento de pessoal, aponta Valter Pieracciani, sócio-diretor
da consultoria em gestão de
inovação Pieracciani.
O produto inédito pode apresentar dificuldades técnicas na
hora da instalação e da manutenção. "É importante que os
inventores saibam que estão
gerando "crianças", que precisam de cuidados especiais",
alerta. "O ambiente ideal para
esse desenvolvimento é uma
incubadora de empresas."
A Maacawn, empresa de
Adilson Campos de Barros, 46,
está incubada no Cietec (Centro Incubador de Empresas
Tecnológicas) desde agosto
deste ano. Seu produto, o Baac,
bombeia água para as caixas-d'água de edifícios sem utilizar
energia elétrica.
Apesar de o invento estar
pronto e patenteado, ainda não
foi comercializado. "Estou procurando investidores", diz.
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