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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003


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TRIBUTOS

Entidades conseguem liminares contra aumento; prefeitura diz que valor estava defasado

ISS pode desestimular as sociedades

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A nova lei do ISS (Imposto sobre Serviços) de São Paulo pode desestimular os profissionais liberais e autônomos do setor de serviços a se reunir em sociedade. O diagnóstico vem de três entidades: o Sindhosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) e o Sescon (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de SP).
"Essa lei desestimula o empreendorismo", diz o presidente do Sescon, Carlos José de Lima Castro. O sindicato está convocando 14 categorias para um protesto amanhã em sua sede (av. Tiradentes, 960, Luz), às 15h.
Aprovada pela Câmara no final de 2002, a lei nš 13.476 instituiu aumentos que vão de 196,2% a 492,5% no valor do imposto para diversas categorias (advogados, contadores, médicos, engenheiros, arquitetos, dentistas, laboratórios e clínicas, entre outros). Pelo novo texto, o ISS dos autônomos passou de R$ 202,54 anuais para R$ 600. A alíquota fixa das sociedades pulou de R$ 202,54 para R$ 1.200 por profissional habilitado. Foram instituídas obrigações como a emissão de notas fiscais e a escrituração de livros.
"Alguns postos de coleta dos laboratórios podem até ter de fechar", afirma Dante Montagnana, presidente do Sindhosp. "Muitos profissionais podem ser levados à clandestinidade", diz o vice-presidente da CNPL, Irineu Zanuzo.
A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Sindhosp já conseguiram liminares na Justiça contra a lei. A prefeitura diz que vai recorrer. "O critério da prefeitura é inconstitucional, porque não leva em conta as diferenças entre os profissionais", afirma o advogado Aires Barreto, que impetrou um mandado de segurança pela OAB-SP.
Para Carlos Miguel Aidar, presidente da OAB-SP, as pequenas sociedades, que constituem mais de 90% dos escritórios de São Paulo, podem se tornar inviáveis, porque são constituídas por até cinco sócios que buscam a união como forma de dividir custos.

Outro lado
"Não se pode fazer justiça através de imposto. Só seria justo se fosse instituída uma alíquota para todos, mas a lei do ISS é federal", diz Marina Aún, diretora do Departamento de Rendas Mobiliárias da prefeitura. Para ela, os novos valores não deverão afetar tanto os profissionais. "O imposto estava muito defasado em relação a outras capitais", afirma.
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)


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