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ALÉM DAS FRUTAS
Hortifrúti mostra nova sofisticação
Modelo concorre com redes de supermercados
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Fabiana Marin, do Natural da Terra, que já nasceu no novo formato |
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ficou para trás o tempo em
que os sacolões tentavam reproduzir os ambientes das feiras livres. Para aproveitar um
nicho rentável, os hortifrútis se
sofisticam e ampliam o foco para outros alimentos frescos e
itens requintados.
É possível encontrar nessas
lojas livros de culinária francesa, carnes de perdiz e de javali,
adegas com 600 rótulos de vinho, pães variados, pescados e
temperos exóticos.
Localizadas em bairros nobres, essas pequenas redes de
hortifrútis vêm incorporando
outras seções, como açougue e
padaria, de olho em um consumidor interessado em qualidade e diversidade e no conforto
de poder fazer compras na sua
própria vizinhança.
A rede Oba iniciou essa mudança em 2002, quando ainda
era conhecida como "varejão
da fartura". "Vimos que o maior
consumidor de hortifrúti tem
alto poder aquisitivo e é mais
exigente. Por isso adaptamos as
lojas ao perfil dele", conta o gerente Marco Túlio.
Criada há seis anos, a rede
Natural da Terra já nasceu no
novo modelo. "Na época, a proposta era vista como maluca",
diz a gerente Fabiana Marin.
Concorrência
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, esses estabelecimentos preenchem uma lacuna deixada pelas redes varejistas de grande porte.
Eles oferecem variedade em
produtos frescos de qualidade,
enquanto as cadeias supermercadistas não conseguem a mesma eficiência pelo próprio gigantismo de sua operação.
"As operações em larga escala dos grandes supermercados
não conseguem reproduzir esse modelo", afirma o professor
Cláudio Felisoni, do Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração).
Segundo ele, os perecíveis
-hortifrútis e alimentos refrigerados- são a categoria que
proporciona maior margem de
lucro aos supermercados. "Esse é um concorrente perigoso,
pois tira o "filé mignon" do supermercado", avalia o consultor Antonio Carlos Ascar.
Na venda de industrializados, não há como o varejista
agregar valor aos produtos, o
que impede boas margens de
lucro, explica Maurício Morgado, do Centro de Excelência em
Varejo da Fundação Getulio
Vargas. "Uma lata de leite é
igual em qualquer loja; uma
fruta, não", raciocina.
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