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Solange Knowles

Irmã de Beyoncé trilha rumo próprio

Por BEN DETRICK

Ela tem mais de um milhão de seguidores no Twitter, mas costuma levar o filho a pé para a escola. Já foi entrevistada pela "Vogue" italiana, mas vai incógnita a festas alternativas em Chinatown. Passa férias em iates na Europa, mas também conta em tom trivial sobre uma escapada a uma lanchonete em Manhattan.

Desde que se mudou de Los Angeles para Nova York, no segundo semestre de 2011, Solange Knowles mantém uma vida dupla. Sua personalidade pública é múltipla. Inclui atuar como DJ numa festa da loja Ferragamo na Quinta Avenida e posar para a revista "V". Mas ela também vai a shows de músicos de vanguarda, como Grimes, em armazéns do Brooklyn, e frequenta reuniões para a coleta de fundos na escola do seu filho de 7 anos.

"Os carrinhos de bebê não me incomodam, e sim a intensidade das mães", disse ela sobre o seu novo bairro, Carroll Gardens, no Brooklyn. "Todo mundo faz ioga demais e toma chá demais."

E a sombra de Beyoncé Knowles, sua irmã mais velha, se projeta como um arranha-céu nova-iorquino. Quando meses atrás ela jantou com Beyoncé em um restaurante local, disse Knowles, a clientela ficou olhando e sacou seus celulares com câmeras.

"Tenho orgulho demais do sucesso dela, mas eu não conseguiria", disse ela. "Ele me dá um esboço bastante claro do que eu não quero que aconteça." O rumo dela é indie -DJ ousada e embaixadora da moda.

Knowles, 25, nasceu em Houston. Seu pai era um bem-sucedido vendedor da Xerox e sua mãe tinha um salão de beleza. No fim dos anos 90, o Destiny's Child transformou o clã Knowles em uma potência do entretenimento. Beyoncé era a estrela, seu pai era o empresário e a mãe era a estilista e coreógrafa. Solange nunca participou, mas aos 13 anos virou dançarina reserva do grupo e passou a maior parte do ensino médio em turnê.

Ela tentou ser cantora e compositora, mas seus primeiros álbuns ("Solo Star", de 2003, e "Sol-Angel and the Hadley St. Dreams", de 2008) não foram sucessos comerciais.

Aos 18, ela foi mãe de Daniel Julez J. Smith 2°, o que a obrigou a uma pausa na carreira e nos estudos. Casou-se com o pai da criança, Daniel Smith, mudou-se para Los Angeles e depois para o interior de Idaho, onde fez faculdade. O casal se divorciou em 2007. Nova York então acenou, para estar perto da família e também pelas oportunidades profissionais.

"Há seis anos eu tentava convencê-la a ir para o Brooklyn", disse Beyoncé. "É muito parecido com a personalidade dela. Ela é uma tremenda fashionista."

De fato, Solange impressionou. No ano passado, sentou-se na primeira fila dos desfiles da Rodarte e de Vera Wang, fez o som numa festa dos cosméticos Rimmel em Londres e esteve nas apresentações de Kenzo e Kanye West em Paris.

Ela chama a atenção por misturar etiquetas famosas com peças antigas e incorporar cores berrantes (especialmente amarelo e violeta) que rotineiramente inspiram pesquisas do tipo "certo ou errado" em blogs de estilo. Em janeiro, assinou contrato com a agência Next Model Management.

Ela se infiltrou habilmente no gênero indie, fazendo um "remake" de uma música do Dirty Projectors, gravando com o Of Montreal e colaborando com Grizzly Bear e Twin Shadow. O DJ Alain Macklovitch, que se apresenta como A-Trak, orientou Knowles sobre como ser DJ. "Percebi rapidamente que ela tinha um amplo gosto musical que era totalmente diferente do que se esperaria", disse ele. "Ela estava à frente da curva."

Knowles se abespinha com os céticos que veem no seu caminho uma reação à proeminência pop da irmã. "Sempre haverá um pouco de mistério acerca de como duas pessoas que cresceram no mesmo lar têm interesses diferentes", disse Knowles. "Sou mais nova que ela e, mesmo em cinco anos, há uma completa diferença em termos de como você é exposta a coisas musicais, à moda e à arte."

Embora tenha sido parceira em várias músicas de Beyoncé -entre as quais "Get Me Bodied" e "Upgrade U"-, Knowles rejeita qualquer ajuda profissional dela.

"Minha irmã não vai gravar comigo", disse Beyoncé. "Ela é sua própria mulher", acrescentou, em referência à independência de Knowles.

"Os carrinhos de bebê não me incomodam, e sim a intensidade das mães. Todo mundo faz ioga demais e toma chá demais"

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