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O DJ que une mundos musicais

Por ZACH BARON

Na música pop, as antigas referências como a venda de discos já não importam tanto. O artista, para ter sucesso, precisa aprender um novo conjunto de ferramentas. Ele precisa se tornar onipresentes, ocupando novas plataformas assim que elas aparecem. Deve fazer shows constantemente. Deve se tornar uma marca.

Diplo, o DJ e produtor de Los Angeles, parece ter assimilado essas lições melhor do que qualquer outro. "Climax", um single que produziu, está entre as Top 20 na lista Hot 100 da "Billboard". No ano passado, ele foi indicado para um Grammy por seu trabalho em "Look at Me Now", de Chris Brown. Neste ano, já passou duas semanas em turnê pela Europa. "Express Yourself", um EP solo, tem lançamento marcado para 12 de junho. Em algum lugar nesse meio, Diplo disse que faz "cerca de 300" apresentações de DJ ao vivo por ano. Ele planeja uma turnê de trem pelo Canadá.

Mas Diplo não é apenas um músico. Ele dirige seu próprio selo, Mad Decent, e abriga uma série de artistas promissores sob esse guarda-chuva. Ele tem contratos com Blackberry, Axe e Red Bull. Faz programas de rádio regularmente na Sirius XM e na BBC.

Poucos artistas conseguem ser tão presentes em tantos lugares. Sua ubiquidade é tão completa que até ele se espanta.

"Eu poderia simplesmente mentir e dizer que tudo faz parte do meu esquema de ser o mais absurdo possível", disse.

Nascido Thomas Wesley Pentz, Diplo, 33, começou a carreira dando festas na Filadélfia na primeira metade da última década. Eram grandes bailes abertos que misturavam gêneros como hip-hop, pop e dance. Logo depois, começou a colaborar com uma artista que se chamava M.I.A.

A sociedade tornou os dois famosos: "Paper Planes", a faixa que produziram para o segundo álbum de M.I.A., "Kala", em 2007, vendeu mais de 3 milhões de cópias e foi indicada ao Grammy.

"Paper Planes", com seu sample do Crash e um coro apoiado por tiros, tornou-se um cartão de visita e alcançou astros mais estabelecidos como Usher.

Um novo livro de fotografias de Shane McCauley, "128 Beats per Minute: Diplo's Visual Guide to Music, Culture and Everything in Between" [128 batidas por minuto: o guia visual de Diplo da música, cultura e tudo que há no meio], ilustra a mecânica da corrida global de Diplo: há fotos do produtor na Jamaica com o astro das danceterias Busy Signal, no México com o artista de cumbia da nova escola Toy Selectah, e na Grã-Bretanha com o rei do dub Lee "Scratch" Perry.

Leah Whisler, editora que trabalhou no livro, disse que Diplo está "fazendo algo interessante musicalmente". Mas a imprensa, ela acrescentou, está igualmente interessada em Diplo por seu "papel de curador cultural".

"Look at Me Now", a canção que Diplo produziu para Brown, mistura música house holandesa com hip-hop. "Express Yourself", do próximo EP solo de Diplo, tira texturas do dubstep e apresenta o artista de bounce Nicky da B, de Nova Orleans. Projetos futuros incluem trabalho com Snoopy Dog e Azealia Banks.

Em outras palavras, Diplo é um intermediário. Alguém que fica à vontade em qualquer lugar, cuja habilidade principal é a capacidade de transitar entre subgêneros musicais distantes e as Top 40.

O sucesso foi uma bênção para Diplo, cujo trabalho depende de fazer conexões entre grupos diferentes de artistas e consumidores desde o lançamento de seu primeiro trabalho, "Favela on Blast", uma coletânea de baile funk e sons cariocas que ele compilou em uma viagem ao Brasil.

Ele tem adversários, como Venus X, membro do coletivo de DJs GHE20 G0TH1K. Eles dizem que Diplo está apenas recriando coisas que já existiam.

Diplo está acostumado com esse sentimento. "Sou bonito e estou nos anúncios de Blackberry, por isso sempre serei um alvo fácil."

E acrescentou: "Em tudo o que faço tento ser justo".

Quanto a seus colaboradores, diz: "Não posso sempre projetar uma luz sobre eles como a que é projetada sobre mim".

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