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Perfumes para beber incrementam coquetéis Por ALICE FEIRING Aromas variados estão começando a aparecer nos martinis, em batidas e em bebeidas bem mais extravagantes, em grande parte graças a Mandy Aftel, ex-psicoterapeuta que atualmente fabrica aromas comestíveis e que podem ser bebidos também. Os frascos das suas essências estão atrás dos balcões de restaurantes de destaque espalhados pelos EUA. Também podem ser encontrados agora em templos nova-iorquinos dos coquetéis, como PDT, Pegu Club e Booker. Muitos "bartenders" acreditam que os aromas acrescentam mais uma dimensão à experiência multissensorial de um bom drinque. Mesmo mixologistas (especialistas em coquetéis) puristas, como Audrey Saunders e Jim Meehan, estão despejando os produtos de Aftel nas suas poções. Afinal de contas, esses poderosos aromas e sabores são oriundos do mundo botânico. Aftel, 64, mora em Berkeley, na Califórnia, com uma coleção de 600 aromas obtidos de flores, temperos, gramíneas, cascas de árvores e resinas. Essas custosas soluções, que ela manda vir do mundo todo, entram na sua linha de perfumes naturais, a Aftelier. "É o [aroma] sintético que deixa o elevador fedido", disse ela. "Um perfume natural custa mais e desaparece rapidamente, mas enquanto dura, ele é extremamente belo e agradável." Ela começou a usar os aromas para acentuar os alimentos depois de ser apresentada a Daniel Patterson, chef e proprietário do restaurante Coi, em San Francisco. Juntos, eles escreveram em 2004 o livro "Aroma", que aborda o uso de óleos essenciais em alimentos. E, quando outros chefs demonstraram interesse, ela montou uma coleção de 45 essências comestíveis, das quais seis são atualmente comercializadas sob a marca Aftelier Chef's Essences pela Williams-Sonoma, rede americana de luxuosos utensílios de cozinha. Cada frasco de 5 ml do composto custa aproximadamente entre US$ 17 e US$ 19. O salto para o balcão dos coquetéis veio por acaso. Saunders, uma dos responsáveis pela atual cultura coqueteleira, topou com o "Aroma", e em seguida procurou o livro anterior de Aftel, "Essence and Alchemy". Saunders goteja as essências sobre pedras de açúcar e as mergulha em atomizadores, o que lhe permite pulverizar o fundo ainda vazio do copo ou o próprio coquetel com o aroma escolhido. Mas por que usar soluções à base de coisas tão comuns quanto pimenta do reino ou gengibre, em vez de recorrer a um moedor ou a um ralador? "As essências revelam uma nota floral de fundo", explicou Aftel, "você não consegue isso com o material original". Meehan, dono do PDT, no bairro nova-iorquino do East Village, inclui as essências nas receitas do seu "Livro de Coquetéis do PDT". Mas Aftel disse que não é preciso muita coisa para alterar um drinque com uma essência. "Sobre a pele, os cheiros naturais desaparecem com rapidez", explicou ela. "Mas, na comida ou na bebida, uma gota também pode fazer um drinque ou um prato virar um sucesso. É como mágica." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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