São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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DESCOBERTAS

A pestilância das cocheiras

Das 25 doenças infecciosas que historicamente causaram alta mortalidade em seres humanos, muitas provavelmente ou possivelmente vieram dos animais domésticos, segundo um artigo publicado na revista “Nature” em 2007.
As principais das doenças chamadas temperadas são difteria, influenza A, sarampo, cachumba, coqueluche, rotavírus, varíola e tuberculose. Três outras provavelmente vieram de macacos (hepatite B) ou de roedores (peste e tifo), diz a revista.
Entre as doenças tropicais importantes, diz o artigo, as origens de animais domésticos podem ser descartadas em 6 de cada 10 casos: Aids, dengue, malária vivax e febre amarela, todas elas derivadas de primatas selvagens; cólera, de algas aquáticas e invertebrados; e malária falcípara, de aves.
As fortes ligações entre animais domésticos e doenças temperadas se relacionam à ascensão da agricultura, 11 mil anos atrás, que colocou os humanos em contato frequente com os animais.
C. CLAIBORNE RAY

Tubarão migra no inverno

O tubarão Cetorhinus maximus, criatura lenta que só perde em tamanho para o tubarão-baleia, passa o verão e o outono em águas rasas, alimentando-se de plâncton. Mas seu paradeiro no inverno tem sido um mistério.
Por muito tempo os cientistas pensaram que os tubarões deviam hibernar em águas profundas para conservar energia em um momento em que há pouco plâncton disponível. Mas essa ideia foi desmentida por estudos de etiquetagem por satélite de tubarões no leste do Atlântico Norte, que mostraram que eles se deslocam sazonalmente nas águas temperadas da região.
Hoje um novo estudo de etiquetagem de tubarões no oeste do Atlântico Norte, onde as mudanças sazonais no oceano são maiores, mostrou que eles migram muito mais longe —para águas tropicais e até cruzam o equador. Os tubarões se deslocam em profundidades de até 914 metros e às vezes permanecem em águas profundas durante semanas ou meses.
A Divisão de Pesqueiros Marinhos de Massachusetts, EUA, colocou etiquetas de satélite em 25 tubarões perto de Cape Cod e recebeu dados sobre profundidade, temperatura da água e níveis de luz de 18 deles. Suas descobertas são publicadas no periódico “Current Biology”.
HENRY FOUNTAIN

Suicídios no verão

A Groenlândia tem uma das mais altas taxas de suicídios do mundo, e, segundo um novo estudo, eles atingem o pico nos longos dias de verão.
O estudo, publicado on-line pela “BMC Psychiatry”, examinou 1.351 suicídios de 1968 a 2002 e descobriu que a concentração deles no verão era maior ao norte do círculo Ártico do que ao sul.
Os motivos não estão claros. O consumo de álcool é associado ao suicídio, mas não houve variação significativa nas vendas de álcool ao longo do ano. A depressão grave era incomum, e a maioria dos suicídios parecia ser impulsiva.
Os autores especulam que a falta de sono causada pela exposição constante à luz do sol poderia levar a delírios e suicídios. A autora principal, Karin S. Bjorksten, do Instituto Karolinska, disse que o mecanismo pode envolver distúrbios no ciclo do sono e um desequilíbrio no neurotransmissor serotonina, liberado em maior quantidade sob luz forte. “A falta de sono pode ser a chave”, disse. “É perigoso quando as pessoas não dormem o suficiente.”
NICHOLAS BAKALAR


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