São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005
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OMBUDSMAN A musa MARCELO BERABA
Dois assuntos da edição da
Folha de domingo passado
merecem uma reflexão: o ensaio
fotográfico e a entrevista com a
secretária Fernanda Karina Somaggio e o pingue-pongue de
duas páginas com o prefeito de
São Paulo, José Serra.
Quem responde é a editora da Revista, Vera Guimarães Martins: "A razão pela qual a Revista produziu a reportagem é a mesma que norteia todas as nossas pautas: abordar, sem prejulgamentos, assuntos e pessoas que movimentam de alguma forma o cotidiano dos leitores. A ex-secretária é uma personagem-chave do momento vivido pelo país: apareceu fazendo denúncias graves com um discurso baseado na ética, ganhou espaço na mídia, foi sondada para sair candidata a deputado e para posar nua. Só essa combinação inusitada já faz dela uma personagem que merece ser perfilada para os leitores". Achei o texto da revista bem escrito, embora ache um exagero o comentário que Luís Nassif fez na sua coluna de quinta: "Houve leitores que não entenderam adequadamente. Mas a capa da Revista da Folha, com a secretária Karina, é uma obra-prima do jornalismo sarcástico, tanto texto quanto produção de fotos. Um clássico à altura de Joel Silveira". O jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, achou a entrevista "esperta", no sentido de "viva, rica em sutilezas e sobretudo nada maçante". Na minha opinião, houve dois problemas sérios na edição. Primeiro, o tratamento gráfico na Primeira Página, que não soube traduzir a ironia que o texto da revista continha. Ficou uma exposição grotesca com ares de notícia quente. O segundo problema é que o jornal abusou, naquele domingo, de brincadeiras com um tema que as pessoas estão levando muito a sério. O resultado foi o que o leitor Paulo Nogueira, de São Bernardo, definiu como "carnavalização": além do ensaio brega com a secretária, a Folha publicou duas páginas da Ilustrada com roteiros de telenovela ("Sarabandalha", "Farinha do mesmo saco" e "Mussarela com Bananas") que ridicularizam o "mensalão". "Cômico" -resumiu Filipe Barini, do Rio-, "se não fosse trágico". Próximo Texto: E o presidenciável Índice Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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