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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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Um dia atrás

Leia os seguintes títulos: "Explosões matam pelo menos 20 na Arábia Saudita" e "Terror mata entre 20 e 30 em bairro de Riad".
Agora, estes: "Atentado em Riad mata 17; rede Al Qaeda é suspeita" e "Ataque atribuído à Al Qaeda mata 17 em Riad".
Tudo muito parecido, salvo a questão do número de mortos, certo? Mas há uma outra diferença, essencial, que pretendo ressaltar aqui.
O primeiro par de títulos saiu na edição de domingo do "Estado de S.Paulo" (uma chamada na capa e uma manchete de página interna, com reprodução de uma imagem de TV).
O segundo par de títulos saiu na Folha, mas apenas na edição da segunda-feira -um dia depois do concorrente.
E o que fizera a Folha no domingo? Uma nota de 12 linhas, "escondida" na página A 28.
A notícia do atentado foi ao ar, na CNN, no começo da noite de sábado. Os jornalistas que estavam de plantão na editoria de Mundo, conforme relato da Redação, souberam das primeiras informações por volta das 19h50. O último fechamento do jornal de domingo foi às 23h45.
O que, então, aconteceu?
Enquanto a equipe que fazia plantão no "Estado" demonstrou ter captado a relevância da informação, dando-lhe de imediato o merecido destaque, a Folha, parece, "dormiu no ponto".
Tratou o assunto como algo menor (segundo informação que tive, a Primeira Página do jornal não foi nem sequer avisada sobre o que estava acontecendo), quando o mínimo que se pode dizer é que o Oriente Médio vive uma fase explosiva.
Esse erro de avaliação (na edição do domingo) levou a Folha a um outro erro (na edição da segunda): dar como sendo de ontem uma notícia que é, na verdade, de anteontem. Nada regozijante para um jornal diário.


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