São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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CVM está errada; imprensa também

Trata-se de capricho autoritário a minuta de resolução da Comissão de Valores Mobiliários que, como descreveu a Folha, "propõe normas de conduta para empresas jornalísticas, na publicação de análises de investimentos, que contenham recomendações sobre evolução de indicadores e de valores de ativos".
A autarquia do Ministério da Fazenda pretende "que as fontes das informações utilizadas sejam fidedignas". A CVM não esclarece quem classificaria a fidedignidade. Ou seja: se um repórter considerar que um dirigente da comissão não é fonte merecedora de crédito, pode ser punido por ela. Não é papel da CVM censurar a imprensa.
A proposta tem um mérito: escancara a absurda ausência de auto-regulamentação sobre conflito de interesses: não deveria investir na Bolsa jornalista que apura, edita ou comenta o mercado financeiro.
O "Manual da Redação" condena a atuação "em interesse próprio, escrevendo sobre empresa ou negócio com que tenha relação, mesmo indireta". Defendo vetos mais específicos. Consultada, a direção da Folha me informou que discutirá o tema.


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Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Mário Magalhães/ombudsman, ou pelo fax (011) 3224-3895.
Endereço eletrônico: ombudsman@uol.com.br.
Contatos telefônicos: ligue 0800 0159000; se deixar recado na secretária eletrônica, informe telefone de contato no horário de atendimento, entre 14h e 18h, de segunda a sexta-feira.


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