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Entrevista
Ouvidor da
Polícia critica difusão de boatos
Antonio Funari Filho, ouvidor da Polícia de São Paulo,
achou correta a cobertura da
crise pela imprensa em geral,
mas criticou a divulgação de
boatos por emissoras de TV.
OMBUDSMAN - O que achou da
cobertura da mídia paulista?
ANTÔNIO FUNARI FILHO - Está
sendo muito útil. As notícias
estão nos ajudando a procurar respostas para alguns casos que deixam dúvida sobre
a participação ou não da polícia nos confrontos. As notícias sobre chacinas estão nos
possibilitando fazer com que
as pessoas que tenham algum conhecimento possam
nos dar informações. Por outro lado, existe a preocupação, que acho negativa, de valorizar informações que não
têm tanta importância, como
as TVs [recebidas pelos presos]. Isso acaba tendo apelo
popular muito grande e reforça a perspectiva de que o
preso é tratado a pão-de-ló.
OMBUDSMAN - Mas a notícia
não é verdadeira?
FUNARI FILHO - Se vai proporcionar a possibilidade de assistir à Copa, não é coisa que
mereça tanto destaque. O
que merece é a questão de
que o crime se organiza em
cima do mercado de drogas.
OMBUDSMAN - O sr. percebe um
viés contra a polícia?
FUNARI FILHO - Não. Durante
os três dias houve mais de
150 manifestações de solidariedade da população à polícia. Acho que isso tem muito
peso da imprensa.
OMBUDSMAN - A imprensa foi
sensacionalista?
FUNARI FILHO - Não dá para
generalizar, mas tenho a impressão de que isso aconteceu com alguns órgãos, mais
em TV.
OMBUDSMAN - Sensacionalista
no sentido de alarmista?
FUNARI FILHO - É. De transmitir alguns boatos. A imprensa
tem obrigação [de cobrir], a
gente lutou pela liberdade de
imprensa. Mas acho que precisa ter muito cuidado em relação a transmitir boatos.
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