São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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Entrevista

Ouvidor da Polícia critica difusão de boatos

Antonio Funari Filho, ouvidor da Polícia de São Paulo, achou correta a cobertura da crise pela imprensa em geral, mas criticou a divulgação de boatos por emissoras de TV.

 

OMBUDSMAN - O que achou da cobertura da mídia paulista?
ANTÔNIO FUNARI FILHO
- Está sendo muito útil. As notícias estão nos ajudando a procurar respostas para alguns casos que deixam dúvida sobre a participação ou não da polícia nos confrontos. As notícias sobre chacinas estão nos possibilitando fazer com que as pessoas que tenham algum conhecimento possam nos dar informações. Por outro lado, existe a preocupação, que acho negativa, de valorizar informações que não têm tanta importância, como as TVs [recebidas pelos presos]. Isso acaba tendo apelo popular muito grande e reforça a perspectiva de que o preso é tratado a pão-de-ló.

OMBUDSMAN - Mas a notícia não é verdadeira?
FUNARI FILHO
- Se vai proporcionar a possibilidade de assistir à Copa, não é coisa que mereça tanto destaque. O que merece é a questão de que o crime se organiza em cima do mercado de drogas.

OMBUDSMAN - O sr. percebe um viés contra a polícia?
FUNARI FILHO
- Não. Durante os três dias houve mais de 150 manifestações de solidariedade da população à polícia. Acho que isso tem muito peso da imprensa.

OMBUDSMAN - A imprensa foi sensacionalista?
FUNARI FILHO
- Não dá para generalizar, mas tenho a impressão de que isso aconteceu com alguns órgãos, mais em TV.

OMBUDSMAN - Sensacionalista no sentido de alarmista?
FUNARI FILHO
- É. De transmitir alguns boatos. A imprensa tem obrigação [de cobrir], a gente lutou pela liberdade de imprensa. Mas acho que precisa ter muito cuidado em relação a transmitir boatos.


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