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A NOTA DE MARTA
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, recuperou-se razoavelmente aos olhos dos cidadãos da capital. De acordo com a pesquisa do
Datafolha publicada hoje, a administração da petista, que completa um
ano de mandato, é considerada ótima ou boa por 28% dos entrevistados. Há quatro meses, sua aprovação
era de 20%. A performance de Marta
é ligeiramente superior à de Paulo
Maluf e bem melhor que a de Celso
Pitta quando esses dois ex-prefeitos
completavam um ano de mandato.
Ainda assim, a prefeita de São Paulo é a última colocada na avaliação
dos governantes de nove capitais
brasileiras avaliadas pelo Datafolha.
A nota média que lhe conferem os
paulistanos é de 4,8. Por esse conceito, Marta também é a única "reprovada", pois o oitavo colocado, Cesar
Maia (RJ), obteve nota 5,2.
O resultado parece coerente com o
que foram os primeiros 365 dias de
administração petista em São Paulo.
Ou seja: nem um desastre absoluto
nem um êxito arrebatador. Foi um
governo mediano que, premido pela
escassez de recursos, alternou momentos mais ou menos bons com
outros mais ou menos ruins.
Com o final melancólico dos oito
anos de administração de Maluf e,
depois, Pitta, Marta Suplicy ascendeu
com o mote de realizar o "governo da
reconstrução". O choque de realidade ao deparar com os cofres magros
da municipalidade e seus imensos
passivos frustrou as grandes ambições. A popularidade da prefeita logo
despencou. Uma fraca e hesitante
condução política em setores como
limpeza urbana e transporte público
-bem como o hábito da prefeita de
lamuriar-se pela falta de condições
administrativas- contribuiu para
solapar a confiança no governo.
Alguma retomada de programas
sociais, a volta de discussões propriamente urbanísticas sobre São
Paulo, a implantação do IPTU progressivo e o lento reconstruir do sistema municipal de saúde são notas
mais positivas. Mesmo assim, muito
pouco foi feito em relação ao que a
cidade precisa. Tendo vencido todas
as suas principais batalhas na Câmara, por meio de algumas manobras
que contrastam com o discurso do
PT, Marta Suplicy não terá desculpas
para a falta de ação em 2002.
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