São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES O encontro com a sociedade
AÉCIO NEVES
Entendemos que a reaproximação com a sociedade requer, sobretudo, participação direta do povo no processo legislativo. Criamos, para esse fim, a Comissão de Legislação Participativa. Não é apenas mais uma comissão permanente, mas uma comissão singular e única, que permitirá a projetos oriundos de entidades da sociedade -sindicatos, ONGs, associações de bairro etc.-, se aprovados na comissão, virar lei. A comissão encontra-se em franco funcionamento e tem em sua presidência Luiza Erundina (PSB-SP), grande defensora dos direitos da cidadania. Implantamos também um sistema de informações, o e-Câmara, que possibilita o acompanhamento, pela internet, de tudo o que se passa na Casa. Ele vai complementar o processo de abertura do Parlamento à sociedade. Inaugurado recentemente, o sistema coloca à disposição toda a estrutura de funcionamento da Câmara, todos os projetos em tramitação, todos os elementos necessários para seguir os caminhos dos deputados, a atuação nas comissões, nos projetos e, sobretudo, nos votos. Com o e-Câmara, é possível entrar no dia-a-dia do Parlamento, opinar e influir. Não se faz tudo isso sem arrumar a Casa internamente. Mudamos a direção da Câmara, que permanecia a mesma havia mais de 20 anos para renovar estruturas e dar oportunidade a novos talentos da administração. Promovemos ainda o primeiro seminário internacional sobre a Alca realizado no Parlamento brasileiro, com uma intensa participação popular. Foi a primeira vez que a Câmara teve uma atuação fundamental na discussão da política externa do país, até então restrita às gestões da diplomacia. Em abril, retornaremos à discussão sobre a Alca, com a realização de um fórum internacional do qual deverão participar 35 presidentes de Legislativos de vários países. É preciso registrar que a Câmara, com o apoio do Senado, teve uma ação decisiva na mediação de conflitos. Tomou, por exemplo, a iniciativa de mediar o fim da greve dos professores e a dos funcionários do INSS, empenhou-se para cortar emendas de parlamentares, a fim de sustentar o aumento do salário mínimo, e promoveu a correção da tabela do imposto de renda. Em 2002, continuaremos nossa revolução silenciosa. Embora deva ser um ano difícil para a produção legislativa, por causa das eleições, vamos votar assuntos importantes, tais como o segundo turno do projeto de emenda constitucional que permite a participação do capital estrangeiro nos meios de comunicação, a fidelidade partidária, o fim dos tributos em cascata e o financiamento das campanhas políticas. O objetivo principal de nossa gestão continuará o mesmo: o encontro da Câmara com a sociedade. Aécio Neves, 42, economista, deputado federal (PSDB-MG), é presidente da Câmara. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Arnaldo Niskier: As paixões de Rembrandt Índice |
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