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PAINEL DO LEITOR
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Saddam
"Em alguns de seus piores crimes, Saddam Hussein contou com
o apoio dos Estados Unidos e de alguns países europeus.
Existia a possibilidade de que, ao
ser julgado por tais crimes, Saddam
trouxesse à atenção da opinião pública internacional fatos bastante
constrangedores para esses países.
Foi uma sorte incrível que ele tenha sido julgado por um acontecimento que nada tinha a ver com esses fatos. Acabou condenado e rapidamente morto."
JOSÉ ALBERTO MARCONDES MACHADO
(Carapicuíba, SP)
"É uma boa notícia saber que a
maioria dos países criticou o enforcamento de Saddam Hussein
(Mundo, pág. A13, 31/12). Isso quer
dizer que existe uma parte da humanidade que está evoluindo.
A cena do enforcamento me fez
sentir em plena Idade Média, quando a pena de morte era considerada
algo normal e os condenados eram
executados em locais públicos. A
execução de Saddam cheira mais a
perseguição e a vingança norte-americana (que passou de pai para
filho) do que um ato de justiça.
Os EUA invadiram o Iraque passando por cima do Conselho de Segurança da ONU, com a falsa alegação de que havia armas de destruição em massa, mataram dois filhos
de Saddam e instalaram uma guerra civil em que milhares de pessoas
já morreram. E nenhuma sanção é
tomada contra eles. O mundo inteiro omisso. É uma pena."
MARCELE NOGUEIRA (Itaúna, MG)
"Com a execução de Saddam
Hussein, a Casa Branca triunfa. Ao
contrário, no Iraque, a "democracia"
proposta por Bush filho vai de mal a
pior. Num Estado sedento por justiça e igualdade política, o enforcamento só alimenta a vingança, o
ódio, a segregação religiosa.
O episódio foi só mais um exemplo do demérito da pena capital.
Mata-se um ditador, seus crimes
permanecem sem ser julgados,
cria-se um mártir e seu exemplo se
perpetua."
FILIPE TEIXEIRA DA SILVA (Jundiaí, SP)
"Com a sentença de morte por
enforcamento decidida por uma
corte xiita totalmente parcial e controlada pelos Estados Unidos, Saddam Hussein teve um duplo benefício: escapou do sofrimento da prisão perpétua e não foi julgado pelos
outros crimes graves cometidos.
Nada melhor para um ditador fanático religioso ter encurtado o seu
caminho ao encontro de Alá."
RENE VERI FURLAN (Mogi das Cruzes, SP)
2007
"Tenho esperanças de que em
2007, ainda mais unidos, possamos,
com graça, encontrar novas idéias e
concatená-las de forma sublime e
harmoniosa, não obstante crítica,
em especial em direção aos nossos
diários e prementes desafios na
educação, na saúde e na segurança
pública.
Aos novos governantes e às autoridades constituídas, em todas as
instâncias, gostaria de lembrar que
estamos cada vez mais atentos.
Permita Deus que continuemos
guardando a mansidão dos humildes e o dinamismo dos vencedores e
que, a partir de nossa vinha, sejamos capazes de caminhar ligando
pontos, tecendo redes, criando laços e salvando vidas.
Quanto à Folha, que siga fazendo
história e continue levando sempre
um pouco mais de luz."
RONILSON DE SOUZA LUIZ , oficial da Polícia Militar,
doutorando em educação na PUC-SP e
colaborador na Universidade da Cidadania Zumbi
dos Palmares (São Paulo, SP)
Metamorfose
"Com total imparcialidade, e com
a maestria de sempre, Janio de Feitas nos mostra a metamorfose do
presidente Lula depois de assumir o
poder e chegar ao segundo mandato
("No Brasil de Lula a mudança foi de
Lula", Brasil, 30/12).
Nunca neste país se viu tamanha
mudança -ou seria apenas fingimento?"
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)
Acaso
"Cumprimento Nelson Motta
por seu artigo "A ética do acaso"
(Opinião, pág. A2, 29/12). De forma contundente, mas sem deixar
de ser diplomático, chamou o feito
à ordem.
A onda demagógica de desconsiderar o sistema de mérito como critério para a seleção de candidatos a
cursos superiores está produzindo
suas seqüelas. As cotas raciais foram o início. Seguiu-se o "bônus de
conhecimentos", em que a nota de
determinados candidatos é aumentada arbitrariamente. Se essas excrescências estão sendo alegremente admitidas, o projeto de sorteio de vagas do senhor Sibá Machado é o nec plus ultra. Revoga de
vez o sistema de mérito e apresenta
vantagens tentadoras: é mais "democrático" e não necessita da adoção de cotas.
Enquanto isso, investir seriamente em ensino público de qualidade, nem pensar."
HARLEY PAIVA MARTINS , professor universitário
(João Pessoa, PB)
Aftosa
"A tardia confirmação de não ter
havido focos de aftosa no Paraná ratifica a desconfiança dos pecuaristas de que houve um estardalhaço
doloso, por parte das autoridades
sanitárias, no caso do aparecimento
dos focos da febre em 2005.
Do ponto de vista comercial, "aftosa" significa menos exportação e
conseqüentes preços baixos no
mercado interno. Tudo o que interessava ao governo federal num período pré-eleitoral. Afinal, carne
barata e inflação baixa são ótimos
puxadores de voto."
LUIGI PETTI (São Paulo, SP)
Indústria
"A reportagem "Indústria tem
pior resultado da década" (Dinheiro, 31/12), que mostra que o setor
industrial teve o pior desempenho
da década e que o setor financeiro,
de juros celestiais, foi, mais uma
vez, o mais exitoso, é emblemática.
Esse "capitalismo" neoliberal, que
praticamente só nós, teimosamente, continuamos a aplicar, é quase
suicida, como estamos vendo nas
ruas das nossas grandes cidades.
De nada têm adiantado as lúcidas
críticas das lideranças empresariais
produtivas do país, Fiesp à frente,
no sentido de uma responsável flexibilização do modelo macroeconômico vigente.
Espera-se que 2007 venha com
um choque de gestão na administração pública, começando com a
mudança dessa filosofia de "pensée
unique" na economia brasileira."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA
(Rio de Janeiro, RJ)
Boas-festas
"A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Eduardo de Almeida Carneiro,
presidente voluntário, Fátima
D'avila Gonçalves, diretora de
mantenedores voluntária, e Matheus dos Anjos, 10 anos, AACD
-Associação de Assistência à Criança Deficiente (São Paulo, SP); Antônio de Pádua Ribeiro, ministro
do Superior Tribunal de Justiça
(Brasília, DF); Jorge Bornhausen,
senador pelo PFL-SC (Brasília,
DF); Raul Jungmann, deputado
federal pelo PPS-PE (Brasília, DF);
Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé Brasil (São Paulo, SP); Equipe
do Instituto Ayrton Senna (São
Paulo, SP); Integration (São Paulo,
SP); FSB Comunicações (Rio de
Janeiro, RJ); Fundação Abrinq
(São Paulo, SP).
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